Iniciativa irá divulgar uma invenção que pretende devolver o movimento às pessoas com paralisia, liberando-as do uso de cadeiras de rodas
Da redação, com Agência Brasil
Daqui a poucas horas, quando a atenção de milhões de espectadores em todo o mundo estiver voltada para o palco da cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol, a Arena Corinthians, o Itaquerão, em São Paulo, um jovem paraplégico e um cientista, ambos brasileiros, deverão se destacar tanto ou até mais que os atletas, autoridades e celebridades presentes.
Isso porque caberá ao jovem vestir um invento promissor: um exoesqueleto hidráulico controlado pelo pensamento de quem o estiver usando. O nome do rapaz ainda não foi divulgado por razões éticas estipuladas para pesquisas científicas.
Desenvolvido por um grupo de centenas de cientistas e pesquisadores de 25 nacionalidades, o chamado Projeto Andar de Novo é liderado pelo médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis.
O projeto de desenvolvimento dessa espécie de armadura robótica recebeu recursos brasileiros, por meio da empresa pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O exoesqueleto que o mundo deverá conhecer nesta quinta-feira, 12, recebeu o nome de BRA-Santos Dumont 1, em homenagem ao brasileiro considerado referência na aviação, a quem Nicolelis reserva o epíteto de “maior cientista brasileiro de todos os tempos”.
O objetivo do projeto é devolver o movimento às pessoas com paralisia, liberando-as do uso de cadeiras de rodas.
A fase de testes foi concluída em maio deste ano, quando a equipe comandada por Nicolelis revelou ter atingido os objetivos científicos, clínicos e tecnológicos estipulados para a fase que antecede a grande apresentação de hoje.
O cientista brasileiro, contudo, já anunciou publicamente que o pontapé inicial, diante dos olhos voltados para o centro do Itaquerão, será um grande passo, mas será também apenas o primeiro de um longo caminho para que cheguemos ao tempo em que pessoas com a mobilidade restringida possam se levantar das cadeiras de rodas e andar de novo com a ajuda da veste robótica controlada pela atividade cerebral.