De acordo com meteorologista do INPE, as chuvas poderão se apresentar abaixo da média nas regiões Norte, Nordeste e Sul
Thiago Coutinho
Da redação
Às 0h32 desta segunda-feira, 21, teve início a estação mais fria do ano, o inverno. Algumas características marcantes desta época, como o clima seco e a falta de chuva, poderão ser mais sentidas neste ano.
“A previsão indica que a temperatura se apresentará acima da média no trimestre Junho-Julho-Agosto em parte do Norte, Nordeste e Sul do Brasil, MT, GO, MS, SP, MG, onde as chuvas deverão se apresentar abaixo da média”, explica Caroline Vidal Ferreira da Guia, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A queda na temperatura também poderá ser recorrente nos próximos meses. “Por outro lado, como é típico para a época do ano, não se descarta a entrada de massas de ar frio que causam queda das temperaturas, principalmente no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e sul da Região Norte”, acrescenta a especialista.
Embora tenha sido registrada uma queda mais acentuada nos termômetros nesta primeira quinzena de junho, ainda é difícil dizer como o clima se portará nas próximas semanas. “Estas massas de ar frio, porém, ainda não foram tão intensas como se costuma observar, pelo menos em latitudes mais baixas. Com a chegada do inverno, a tendência é que esta frequência aumente, mas pelos próximos dias ainda não há previsão de que ocorra o avanço destas ondas de frio mais intenso”, adverte a meteorologista.
Há indicativos, segundo Caroline, de que as massas de ar frio darão as caras entre o final de junho e início de julho. “E também em meados de julho, similares às que foram registradas em maio e junho”, reitera.
Estiagem
Usualmente, as chuvas são mais escassas durante esta época do ano — alguns estados, inclusive, seguem sob rodízio de abastecimento. “O trimestre Junho-Julho-Agosto é uma época de estiagem em boa parte do Brasil central, e este ano o indicativo é de que as chuvas se apresentem abaixo da média em alguns setores”, afirma Caroline.
Doenças respiratórias
Com a chegada do inverno, as doenças respiratórias se tornam mais comuns, dificultando a vida das pessoas.
“O inverno leva à sensibilidade das vias respiratórias, nariz, garganta ou dos pulmões”, explica Jamal Azzam, médico otorrinolaringologista. “Essa sensibilidade é motivada por um problema físico térmico. O frio diminui o batimento ciliar das células respiratórias, predispondo a estas doenças”, explica o especialista.
E em meio a uma pandemia que ataca justamente o aparelho respiratório, os cuidados devem ser redobrados. “Não tem como uma pessoa transmitir este vírus para outra que não por meio de secreções respiratórias ou pelo ar. Sendo assim, isso já nos leva a ter a certeza absoluta que a proteção é fundamental”, adverte o otorrinolaringologista.
E usar a máscara é fundamental além de outros cuidados essenciais, ensina Azzam. “Chegou em casa, tem que lavar as mãos. Tocou no elevador, tem que lavar a mão ou passar álcool gel. Na verdade, os cuidados implicam em um novo tipo de comportamento de higiene, especialmente para que nada que tenha tocado o ambiente toque olhos, nariz e boca; que tudo tenha sido higienizado”, pondera.
Alimentação
Segundo Azzam, não há alimentos específicos para esta época do ano. O ideal é ter uma alimentação balanceada e nutritiva, a fim de fortalecer o sistema imunológico. “Não existe nenhum tipo de alimento diretamente relacionado à prevenção de doenças respiratórias”, assegura.
Mesmo a tão propagada vitamina C, de acordo com o médico, não é uma arma contra as doenças respiratórias. “Não há nenhuma comprovação científica disto”, diz Azzam. “Mas o contrário é válido: a carência dela pode determinar sensibilidade. Uma dieta balanceada terá vitamina C assim como as outras necessárias para o sistema imunológico”, reitera.
Além disso, é fundamental manter o corpo hidratado. “Tomar muito líquido, mesmo sem sede, pois no inverno existe esta diminuição do reflexo da sede. Então, tome muito líquido para que as secreções respiratórias estejam hidratadas”, finaliza.