Na opinião do Papa Bento XVI, a internet "apresenta grandes possibilidades também para a Igreja e a sua missão". A afirmação do Pontífice faz parte de um recente discurso dirigido a integrantes da Assembleia Plenária da Congregação para a Educação Católica.
O Papa é enfático ao afirmar que esse meio pode ser usado não somente para os estudos, mas também para a ação pastoral – o que exige adequada preparação dos formadores e discernimento dos seminaristas.
"O sacerdote não pode estar alheio a isso. É uma realidade relativamente nova, para a qual não temos ainda respostas prontas. O que sabemos é que devemos trabalhar e educar os seminaristas para o uso prudente e pastoral da internet", avalia o diretor espiritual do Seminário Arquidiocesano São José, de Niterói (RJ) – e também presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib) para o Regional Leste 1 da CNBB -, padre Demétrio Gomes.
Nessa perspectiva, ele sublinha que a internet proporciona um grande campo apostólico, é um "púlpito virtual" no qual o sacerdote precisa mostrar o rosto de Cristo.
Nas próximas semanas, você confere mais reportagens sobre os outros temas ressaltados pelo Papa em sua intervenção.
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Vocações específicas
O Santo Padre também enfatizou que é uma missão da pastoral vocacional ressaltar a diferença entre o ministério ordenado e a vocação comum dos outros fiéis à santidade. De acordo com padre Demétrio, esse pedido acontece frente a algumas correntes dentro da Igreja que desejam equiparar o sacerdócio ministerial e o sacercódio comum, do qual todo cristão batizado participa.
"Existem vários caminhos específicos para chegar à santidade. O papel do sacerdote é insubstituível, pois somente quem foi escolhido para receber o Sacramento da Ordem pode presidir a celebração da Eucaristia e da Reconciliação, por exemplo. É algo que ninguém mais pode suprir e o Papa pede que se esclareça essa confusão", comenta o sacerdote da Arquidiocese de Niterói.
Por sua vez, o presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib), padre Paulo Dal'Bó, reforça que, quando há espírito de comunhão e se tem clareza de qual é a missão de cada um, não há riscos de entendimentos equivocados.
"Independentemente do papel na vida da Igreja, todos são chamados à santidade. É preciso envolver todos na tarefa de assumir a própria missão e buscar, dentro dessa sociedade conflituosa, o espírito de santidade. Isso é possível. A riqueza da Igreja não está na igualdade, mas na diversidade de dons e carismas", finaliza.