Projeção inicial era de 3,08%, mas caiu para 2,97%, segundo boletim Focus
Da redação, com Agência Brasil
A estimativa da inflação foi reduzida pelo mercado financeiro para abaixo do limite inferior da meta para este ano. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 3,08% para 2,97%, de acordo com o boletim Focus, publicação online que é divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central (BC).
A meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC tem como centro 4,5%, limite inferior de 3% e superior de 6%. Quando a inflação fica fora desses limites, o BC tem que elaborar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando os motivos do descumprimento da meta.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, disse, em Brasília, que, se a meta de inflação ficar abaixo do limite mínimo de 3%, o BC justificará o descumprimento “com serenidade”.
Para o próximo ano, o boletim Focus trabalha com a estimativa reduzida de 4,12% para 4,08%. Esta foi a quarta redução seguida.
Taxa de juros
O BC, para alcançar sua meta, tem como principal instrumento a taxa de básica de juros, a Selic. Atualmente, esta taxa está em 8,25% ao ano, mas vem sendo reduzida continuamente pelo BC, que já indicou um corte menor em sua próxima reunião, que acontece em meados de outubro e marca o fim gradual do ciclo de reduções.
Entenda
Quando os juros básicos são diminuídos pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a tendência é que o crédito fique mais barato com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo assim o controle sobre a inflação.
Por outro lado, quando o Copom aumenta a taxa Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A perspectiva do mercado financeiro com relação à Selic foi mantida em 7% ao ano, até o fim de 2017 e 2018. Por outro lado, a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), foi ajustada de 0,60% para 0,68%, em 2017, e de 2,20% para 2,30%, no próximo ano.