Arcebispo pediu que igrejas de Curitiba soem sinos, às 12h deste domingo, 29, enquanto famílias rezam pelo fim da pandemia de coronvírus
Da redação, com Arquidiocese de Curitiba
Na dia 29 de março, aniversário da cidade de Curitiba, as igrejas católicas da cidade deverão tocar seus sinos ao meio-dia por 15 minutos. “Enquanto os sinos repicam em sinal de ânimo, fé e esperança, nossas famílias católicas se põem em oração pelo fim da pandemia”, pede Dom José Antônio Peruzzo na carta aos párocos da cidade.
O pedido do arcebispo é para que todas as famílias possam, no mesmo horário que badalarem os sinos, iniciarem uma oração em suas casas, seguindo uma liturgia familiar preparada justamente para este momento de avanço do COVID-19. O roteiro, chamado de “Súplica pela cidade de Curitiba”, está disponível no site da arquidiocese. A proposta de tocar os sinos surgiu a partir do diálogo com o prefeito de Curitiba.
Íntegra da carta do arcebispo de Curitiba aos párocos
“No próximo domingo, dia 29 de março, transcorre o aniversário da nossa cidade de Curitiba. São 327 anos de uma história. Foi naquele dia, na Quaresma de 1693, justamente no recinto da primitiva Igreja de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. A Igreja estava lá, quase como um berço. A partir de então, houve vitórias, houve glórias, mas também os vencidos e os feridos participaram. E a identidade católica delineou nosso povo curitibano desde os primeiros dias. Com a Igreja Curitiba celebrou muitas grandezas. E nos dias de dor, suplicou com esperança.
Também agora atravessamos uma fase de muitas incertezas. A pandemia nos alcançou. A doença ameaçadora pode chegar às nossas casas. A economia mergulharia em profunda crise. E é angustiante o que pode sobrevir, particularmente para a população mais pobre. Todavia, como em outros tempos, a unidade e a oração sustentaram a força e a esperança de povos inteiros, agora toca a nós, ministros dos mistérios de Deus, ajudar nossa gente curitibana a não perder a confiança.
Desde a Prefeitura Municipal, em conversa direta com o Senhor Prefeito, chegou a proposta de fazer soar os sinos em todas as nossas Igrejas católicas (as que têm sino), pelo tempo de 15 minutos, a partir das 12h. Enquanto os sinos repicam em sinal de ânimo, fé e esperança, nossas famílias católicas se põem em oração pelo fim da pandemia.
Pareceu-me muito pertinente e sensata a sugestão. Não se trata de ufanismo inconveniente. O repicar dos sinos retrata simbolicamente uma atmosfera de comunhão e esperança. As famílias não podem se encontrar fisicamente, mas podem se reconhecer em um coro orante no qual os sinos seriam a voz de um povo em súplica.
Peço-lhe, pois, que faça soar com vigor o sino de sua Igreja neste próximo domingo exatamente ao meio-dia. Sirva-se de todos os meios de que dispõe para comunicar aos paroquianos o sentido do gesto. Será disponibilizada no site da Arquidiocese, mas também para todas as redes sociais, uma liturgia familiar, preparada justamente para aquele momento. Desse modo, a um só tempo, os sinos tocam e o povo ora. Não estaremos nas igrejas, mas nossas casas serão Igreja.
Caríssimo padre, quando nos sentimos fracos também ansiamos mais por experiências solenes e sublimes de fé. É assim que está o nosso povo.
Deixo-lhe um grande abraço.
Dom José Antonio Peruzzo”