Conheça a história do santo padroeiro dos escritores e dos jornalistas, e também patrono e titular da família salesiana
Julia Beck
Da redação
Patrono e titular da família salesiana — fundada por Dom Bosco —, São Francisco de Sales, padroeiro dos escritores e dos jornalistas, é celebrado nesta quinta-feira, 24. O santo, fundador da Ordem da Visitação, nasceu no Castelo de Sales em 1567. Ainda novo, fez um voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor.
São Francisco de Sales formou-se em Paris, e dedicou-se à teologia, na Universidade de Pádua. Estudou Direito, mas, contrariando familiares, decidiu ser padre. Durante o sacerdócio foi escolhido para o serviço do episcopado em Genebra. Primeiro, como coadjutor, depois, sendo o titular.
Em 2011, o Papa Emérito Bento XVI dedicou uma catequese à história e vida de São Francisco de Sales. Em sua reflexão, o Papa citou a harmoniosa juventude do santo e a crise que enfrentou ao refletir sobre o pensamento de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. “Teve uma crise profunda que o levou a se interrogar sobre a própria salvação eterna e sobre a predestinação de Deus a seu respeito, sofrendo como verdadeiro drama espiritual as principais questões teológicas do seu tempo”, comentou Bento XVI.
Segundo o Pontífice, o santo encontrou as respostas de suas inquietações durante uma de suas orações: “Assim encontrou a paz, e a questão da predestinação – sobre a qual se discutia naquele tempo – resolveu-se, porque ele não buscava mais aquilo que podia ter de Deus; amava-o simplesmente, abandonava-se à Sua bondade”.
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Autor dos livros “Introdução à vida devota” e o “Tratado do amor de Deus”, São Francisco de Sales — falecido em 1622, aos 55 anos —, teve, de acordo com Bento XVI, uma existência assinalada pela dureza dos tempos e pela fadiga apostólica. “Foi uma vida relativamente breve, mas vivida com grande intensidade. Da figura deste Santo, emana uma impressão de rara plenitude, demonstrada na serenidade da sua pesquisa intelectual, mas também na riqueza dos seus afetos, na ‘doçura’ dos seus ensinamentos que tiveram um grande influxo sobre a consciência cristã. Da palavra ‘humanidade’ ele encarnou diversas acepções que, tanto hoje como ontem, esse termo pode assumir: cultura e cortesia, liberdade e ternura, nobreza e solidariedade”, refletiu o Papa Emérito.
Francisco, padroeiro dos jornalistas
O Papa Pio XI foi quem declarou São Francisco de Sales padroeiro dos jornalistas e escritores católicos. Ao lidar com os católicos que foram para os calvinistas, Francisco usou de folhetos e todos os meios possíveis para, naquela época, conscientizar sobre a doutrina, isto através de encontros, diálogos, palestras e muito testemunho. Sobre os livros deixados, o “Tratado amor de Deus” e “Filotéia”, ainda hoje o santo é influente na vida dos fiéis católicos e da Igreja.
Tradicionalmente, a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano celebrada no dia 2 de junho, é publicada no dia que a Igreja recorda São Francisco Sales. Neste ano, o texto publicado nesta quinta-feira, 24, tem como tema “’Somos membros uns dos outros’ (Ef 4, 25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana”.
“Hoje tenho a graça e a oportunidade de usar minha profissão para realizar a minha missão. Me inspira muito a vida de São Francisco de Sales, que não perdeu tempo e aproveitou dos meios da sua época pra propagar a boa notícia. Hoje, como correspondente no Vaticano, me sinto feliz de poder levar as palavras do Santo Padre para nosso povo, no Brasil. Cada celebração que participo, cada catequese que vou, cada momento com o Papa, busco ouvi-lo com atenção, fazer a experiência com as suas palavras, e depois transmiti-las, contá-las através da reportagem. Tenho sempre o desejo de que, assim como me sinto tocada e convidada a ser mais de Deus ouvindo as mensagens do Santo Padre, que aqueles que assistem as matérias possam também fazer essa experiência”.
Lizia Costa – jornalista correspondente de Roma, da TV Canção Nova
“São Francisco de Sales foi um homem comprometido com a Verdade. A Verdade que é Jesus Cristo e inspira a nossa prática jornalística a se comprometer com os verdadeiros valores. Por mais que eu exerça a minha profissão em um meio secular, por exemplo, tenho o compromisso com a Verdade, o que vai se expressar em um jornalismo empenhado com a vida e a dignidade humana e com a família. (…) Vivemos uma época de grandes mudanças no campo da comunicação, seja com as novas tecnologias ou transformações sociais. Contudo, a essência do Jornalismo e de quem é comprometido com a Verdade e a doutrina é a mesma: como na vida de São Francisco de Sales, o Evangelho e a sabedoria da Igreja devem estar tão encarnados em mim que, onde eu atuar, devo ter a minha profissão como um serviço à caridade, ao bem comum e que valorize a vida humana acima de tudo”.
Gracielle Reis – jornalista