Justamente no período em que os hemocentros mais precisam reforçar os estoques do banco de sangue, os doadores simplesmente desaparecem. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a redução dos estoques de sangue é de pelo menos 30%.
O problema, segundo a coordenadora de doação de sangue do Hemocentro do Hospital São Paulo, Angélica de Camargo, é que muita gente deixa a cidade para passar o carnaval fora de São Paulo. "É um período crítico para nós, pois acontecem muitos acidentes e existe grande necessidade de transfusões. E por este motivo é importante que o doador compareça ao hemocentro, antes de seguir viagem e faça seu gesto de solidariedade", orienta.
O auxiliar de serviços gerais, José Antonio da Silva, atendeu ao chamado. Pela décima vez comparece ao hemocentro para fazer sua parte. "Não custa nada para nós que doamos. Mas para aquele que precisa de uma transfusão pode representar a vida. Por isso procuro doar sangue pelo menos umas duas vezes por ano", completa.
Estoque
O ritmo de trabalho do técnico de laboratório, Isaac Lima, diminui muito as vésperas do feriadão. A queda de produção representa redução no banco de sangue. A maior preocupação dele é com o estoque do sangue de fator RH negativo. "Veja só, numa sexta-feira de carnaval estamos com apenas um única bolsa de sangue “O” negativo. Se surgir uma necessidade grande a situação vai se complicar, porque uma bolsa só não dá pra nada", comenta preocupado.
OMS
A Organização Mundial de Saúde, calcula que se pelo menos 4% da população de cada estado brasileiro, se tornassem doadores, os estoques não estariam tão comprometidos em períodos críticos como este do feriado prolongado do carnaval. O Hemocentro do Hospital São Paulo vai funcionar no sábado e na segunda-feira de carnaval. Os interessados em fazer a doação de sangue precisam ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos e apresentar boas condições de saúde.
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