Sem policiamento

Governo do ES anuncia acordo, mas policiais não retornam às ruas

As mulheres de PMs seguem ocupando as portas dos batalhões da Polícia Militar no Espírito Santo

Da redação, com Agência Brasil

Vitória (ES) - Mulheres e familiares de policiais continuam acampadas na porta dos Batalhões da Polícia Militar de Vitória.  (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Vitória (ES) – Mulheres e familiares de policiais continuam acampadas na porta dos Batalhões da Polícia Militar de Vitória. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O governo do Espírito Santo anunciou na noite dessa sexta-feira, 10, a assinatura de um acordo com as associações que representam os policiais militares capixabas para suspender a paralisação dos agentes para a retomada das atividades hoje, a partir das 7h. Aqueles que retornassem até este horário não sofreriam punições administrativas.

Mesmo assim, as mulheres de PMs seguem ocupando as portas dos batalhões da Polícia Militar no Espírito Santo. A associação dos Oficiais Militares diz que a maioria dos PMs quer continuar nos batalhões. A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou que as ruas da Grande Vitória e do interior continuam sem a PM.

As mulheres dos policiais que têm acampado em frente aos batalhões impedindo a saída de viaturas não participaram da negociação com o governo. Segundo Pompeu, a responsabilidade pela segurança é dos policiais e não das esposas. “Peço que eles conversem com as esposas e retornem ao trabalho”, afirmou ontem o o secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio Cesar Pompeu.

Acordo sem reajustes

No acordo firmado, o governo não concedeu reajuste salarial. Na proposta apresentada pelas mulheres, elas pediam 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado.

Pelo acordo, segundo o secretário Direitos Humanos, os militares não sofreriam sanções administrativas, mas o indiciamento de 703 policiais pelo crime de revolta seria julgado pela Justiça. Se condenados, a pena é de oito a 20 anos de detenção em presídio militar e a expulsão da corporação. Esses policiais tiveram o ponto cortado desde sábado, 4, e não vão receber salário.

O secretário de Segurança Pública, André Garcia, informou que os policiais foram indiciados pelo crime militar de revolta por estarem armados e aquartelados nos batalhões.

Representantes das associações de classe disseram que apostam no bom senso dos policiais para que retornem ao trabalho para não sofrer sanções administrativas. Eles acreditam que os policiais podem convencer suas esposas a desbloquear os portões dos quartéis.

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