Economia

Governo anuncia ações econômicas de enfrentamento ao coronavírus

Medidas econômicas foram anunciadas nesta sexta-feira, 27

Denise Claro
Da redação

Bolsonaro, em pronunciamento nesta sexta-feira, 27./ Foto: Reprodução TV Brasil

O presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, fez um pronunciamento, na manhã desta sexta-feira, 27, juntamente com os presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto; da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães; e do BNDES, Gustavo Montezano.

Na coletiva, Bolsonaro anunciou novas medidas econômicas como ações de enfrentamento ao coronavírus.

“As medidas são para que possamos atender as vítimas do coronavírus, mas também pensando em manter os empregos. A gente costuma falar da segunda onda. Nós devemos, o máximo possível, diminuir a altura dessas duas ondas, e elas caminham simultaneamente”, disse o presidente.

Bolsonaro disse que as medidas têm como parceiros o BNDES, o Ministério da Economia e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), e adiantou que se trata de um programa de financiamento de dois meses de salários para pequenas e médias empresas, além de medidas como a diminuição de juros do cheque especial para 2,9% ao mês e uma linha de financiamento de 5 bilhões de reais a uma taxa de 10% ao ano, que beneficiará as Santas Casas. O presidente afirmou que, apesar de serem ainda taxas altas, são agora bem mais baixas que as anteriores.

Pequenas e Médias Empresas

Em seguida, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, explicou o contexto da linha de crédito no Brasil, lembrando que com o aumento de volume de capitais, as grandes empresas tivessem mais acesso ao mercado, o que abriu espaço no balanço dos bancos para atender aos pequenos e médios empresários.

Diante da questão do coronavírus, Roberto Campos anunciou uma linha de crédito para pequenas e médias empresas:

“É um programa formulado pelo Banco Central, Ministério da Economia e BNDES, e prevê a disponibilização de uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias empresas, que se destinam, exclusivamente, a folhas de pagamento. O programa financia dois meses de folha de pagamento, e o montante será de 20 bilhões por mês, o que vai beneficiar 1,4 milhões de empresas e 12,2 milhões de pessoas.”

Campos explicou que o programa é limitado a dois salários mínimos e que 17 dos 20 bilhões sairão do Tesouro Nacional, enquanto os outros 3 virão da Febraban.

As empresas que aceitarem o programa não poderão demitir o funcionário por dois meses. A empresa fecha o contrato, mas o valor vai direto para o CPF, para o folha de pagamento do colaborador.

“É um programa em que o dinheiro vai direto para o funcionário. A empresa fica só com a dívida, que pode ser paga em 36 meses. (…) É um programa que vai ajudar muito as pequenas e médias empresas”.

Roberto Campos também anunciou outras medidas em relação às possibilidades do Banco Central.

Santas Casas e Crédito Imobiliário

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, lembrou que, em uma semana, a CEF já emprestou mais 20 bilhões de reais, e que foram reduzidas todas as linhas de crédito.

“Todas terão taxas reduzidas, porque se as pessoas não tiverem crédito mais barato, não vai adiantar. Então, o cheque especial, que ninguém poderia admitir ser cobrado 14% ao mês no país com 3% de inflação ao ano, foi reduzido várias vezes, e chegou a 2,9% ao mês.”

Guimarães afirmou que também o rotativo do cartão de crédito diminuiu. A taxa, até ontem, estava a 7,7% ao mês. Hoje, essa taxa vai também para 2,9% ao mês. “Significa que a população, em geral, vai ter mais dinheiro sobrando para pagar suas contas.”

Outros pontos foram a oferta de crédito para as Santas Casas, com juros reduzidos de 20% para 10% ao ano, e em relação ao crédito imobiliário:

“Oitocentas mil famílias já puderam pedir para não pagar pelos próximos dois meses, e estendemos, hoje, para três meses. É interessante que o Roberto já permite que, nos próximos seis meses, não se cobre. Provavelmente, já estou adiantando, e se a crise se intensificar, nós vamos continuar postergando, até seis meses.”

BNDES

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, explicou como funciona a operação que será colocada em prática, que envolve vários participantes, que atuam de forma coordenada: O Tesouro, o BNDES, os bancos privados, Banco Central e o Banco do Brasil.

“O BNDES opera os recursos do Tesouro, passar para os bancos privados, que vão botar 15% do valor de seus próprios bolsos. Por fim, quem opera a linha na ponta, é o banco privado, que vai colocar o dinheiro direto na conta do trabalhador.”

Montezano explicou que a grande inovação é essa parceria do setor público com o banco privado. Ambos vão entrar com esforço e subsídio.

“A função do Banco Central é supervisionar se as taxas e as regras estão sendo respeitadas.”

Montezano também anunciou que o BNDES está aprovando uma linha emergencial para empresas de saúde no valor de até 2 bilhões de reais, com flexibilização em taxas, garantias e prazos a serem utilizados na crise do coronavírus.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo