Em sua homilia, na Missa de canonização do Beato Frei Galvão, o Papa Bento XVI ressaltou a “alma apaixonada” do primeiro santo brasileiro que sempre buscava não ofender a Deus e disse que o exemplo deve ser algo da vida normal de cada cristão. A multidão de mais de 1 milhão e meio de fiéis que se reuniu, hoje, no Campo de Marte, em São Paulo, recebeu um apelo à santidade.
O Papa não teve medo de propor a fidelidade, dentro e fora do matrimônio, convocou à castidade e foi aplaudido quando criticou a mídia que menospreza esta virtude. “O mundo precisa de vidas limpas, de almas claras, de inteligências simples que rejeitem ser consideradas criaturas objetos de prazer. É preciso dizer não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade do matrimônio e a virgindade antes do casamento”, exclamou.
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Às 10h06, após o canto da Ladainha de todos os santos, Bento XVI oficializou a canonização de Frei Galvão e, em seguida, a multidão cantou pedindo a intercessão do santo brasileiro.
Cerca de dois mil padres, centenas de bispos, arcebispos e cardeais participaram da celebração. O governador de São Paulo, José Serra, também compareceu.
A agenda de Bento XVI, nesta sexta-feira, tem um encontro com os bispos do Brasil, na Catedral da Sé, e partida de helicóptero para Aparecida (SP), local onde fica até domingo e inaugurará a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.
Processo de canonização
Na Igreja, recebe o título de santo e pode ter a intercessão solicitada publicamente, a pessoa que oferece um exemplo de vida cristã a ser seguido. A canonização só ocorre após um rigoroso processo, com tempo indeterminado, no qual se investiga a vida daqueles que são sugeridos à honra dos altares. É exigida, no mínimo, a comprovação de dois milagres recebidos pelos fiéis que recorreram ao candidato.
O processo de canonização de Frei Galvão teve início em 1938. O milagre que levou à canonização do fransciscano foi o nascimento de Enzo de Almeida, um garoto de Brasília (DF), cuja gestação e nascimento corriam seríssimos riscos, conforme análises médicas. A mãe, Sandra Grossi, tomava as pílulas do beato durante a gravidez e o menino sobreviveu. Cerca de dois mil padres, centenas de bispos, arcebispos e cardeais participaram da celebração. O governador de São Paulo, José Serra, também compareceu.