Passados mais de três anos desde então, a cidade de Guaratinguetá (SP) celebrou de modo especial a festa litúrgica do santo, neste 25 de outubro. O município do interior paulista é terra natal do religioso franciscano que desenvolveu seu apostolado no século 18.
Às 7h30min, houve concentração na Igreja de Frei Galvão e, em seguida, procissão até o Recinto de Exposições da cidade. Ali, foi celebrada a Missa solene da festa, às 10h, presidida pelo Arcebispo emérito de Belo Horizonte (MG), Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo. O prelado destacou que a chave para uma vida feliz e fecunda é estar de bem com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
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.: Homilia de Bento XVI na Canonização do Beato Frei Galvão
.: Homilia de João Paulo II na Beatificação do Servo de Deus Frei Galvão
Entre os dias 16 e 25, foi celebrada uma novena às 14h30 e, logo após, a Santa Missa às 15h na igreja dedicada ao santo. O tema central da novena foi "Os sacramentos na vida de Santo Antônio de Sant'Anna Galvão". Em cada dia, um padre da Arquidiocese de Aparecida – à qual pertence a cidade – participou da celebração.
"Em cada dia, meditamos sobre um Sacramento diferente e sacramentais, bem como destacamos a devoção de Frei Galvão a Virgem Maria", explica o pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, à qual pertence o futuro santuário do santo brasileiro.
Ele também destaca que a vinda de peregrinos de todos os cantos do país comove a própria comunidade paroquial. "Isso ajuda a fortalecer a fé e empenho dos próprios paroquianos, vendo as pessoas que vêm para cá e se ajoelham, choram, agradecem", afirma.
A definição do tema da novena do próximo ano começa a ser delineada a partir de janeiro, quando recomeça a novena de nove meses, que se conclui em setembro.
Na cerimônia com a Beatificação – em 25 de outubro de 1998 -, o Papa João Paulo II definia Frei Galvão como "ardoroso adorador da Eucaristia, mestre e defensor da caridade evangélica, prudente conselheiro da vida espiritual de tantas almas e defensor dos pobres". Já Bento XVI, na Missa com a Canonização do Frei, disse que "a Divina sabedoria permite que nos encontremos ao redor do seu altar em ato de louvor e de agradecimento por nos ter concedido a graça da Canonização do Frei Antonio de Sant’Anna Galvão. […] A fama da sua imensa caridade não tinha limites".
Assista à Missa de canonização
.: Veja + vídeos sobre Frei Galvão
Quem foi Frei Galvão
Frei Galvão nasceu em Guaratinguetá (SP), cidade do interior paulista, localizada próximo ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O religioso nasceu em uma família profundamente piedosa e que era conhecida por sua grande caridade com os pobres. Seu nome de batismo é Antônio Galvão de França.
Após ter estudado com os padres da Companhia de Jesus na Bahia, ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1760. Ele foi ordenado sacerdote em 1762 e completou os estudos teológicos no Convento de São Francisco, em São Paulo, onde viveu durante 60 anos, até sua morte, em 23 de dezembro de 1822.
A vida de Frei Galvão foi marcada pela fidelidade à sua consagração como sacerdote e religioso franciscano, bem como por uma devoção particular e dedicação total à Imaculada Conceição, como "filho e escravo perpétuo". Além dos cargos que ocupou em sua própria Ordem e na Ordem Terceira Franciscana, o frei é conhecido sobretudo como fundador e guia do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como Mosteiro da Luz, a partir do qual se originaram outros nove mosteiros.
Além de fundador, Frei Galvão foi também projetista e construtor do Mosteiro da Luz, construção que as Nações Unidas declararam como parte do acervo do Patrimônio Cultural da Humanidade. Em 1798, com o frei ainda vivo, o Senado de São Paulo definiu-o como "homem da paz e da caridade", pois era conhecido e procurado por todos como conselheiro e confessor, assim como aquele que aliviava e curava os doentes e os pobres.
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