Frei Jorge Rocha pertence à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
Denise Claro
Da redação, com colaboração de Catarina Jatobá
No último domingo, 13, foi criado, em Salvador, o Santuário Santa Dulce dos Pobres, na antiga Paróquia Imaculada Conceição da Mãe de Deus. A paróquia fica ao lado da sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) e foi construída, em 2002, no mesmo local onde, na década de 40, Irmã Dulce havia construído o Círculo Operário da Bahia e o Cine Roma.
Nesta semana, o Santuário recebeu um número cinco vezes maior de visitantes por causa da canonização. O religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, Frei Jorge Rocha, que cuida do Santuário, comentou este momento da pós-canonização em que Salvador vive um marco histórico.
“É um momento de muita festa, muita celebração. Um marco fundante, para que possamos, a partir de agora, repensar a santidade aqui em Salvador. E este é o legado deixado por Irmã Dulce: a santidade está aqui em nosso meio. E como viver este clima? A própria Dulce responde: pela caridade. A caridade pela caridade, o amor pelo amor, para que, nesse gesto possamos, possamos nos santificar ainda mais. Cada baiano tem uma missão muito importante, que é manter viva a chama da santidade neste solo, neste chão.”
Sobre o trabalho realizado no novo Santuário, o religioso avalia que precisará ser repensado, a fim de atender a todos os peregrinos. “A partir de agora, nós precisamos, de fato, modificar o nosso modo de acolhida no Santuário. Se já era muito bom, agora ele precisa ser, de fato, excelente. Isso se nota por essa semana, muita gente acorreu a este santuário e nós compreendemos que isso vai se avolumar quando se desenhar aqui o chamado Caminho da Fé, do Santuário ao Bonfim. Multidões estarão aqui para louvar a Trindade Santa com a Santa Dulce dos pobres.”
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Exemplos da Santa de Salvador
Frei Jorge lembra que Irmã Dulce deixou muitos exemplos. Além do serviço aos outros, a mística de Irmã Dulce impressionava.
“Ela mantinha um grau de intimidade tão grande com Santo Antônio, e isso não somente como uma simples devoção, mas com confiança de que Santo Antônio seria o seu tesoureiro, para desbravar e conseguir aquilo que precisa para a causa dos pobres. Uma mística atual do nosso tempo”, diz o frei.
Outro ponto levantado pelo religioso é a persistência da santa, sua perseverança, que nunca desistiu de um pobre, de uma causa nem de nenhum problema.
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O povo soteropolitano traz, no coração, a lembrança da imagem de Irmã Dulce, que percorria as ruas de Salvador com seu exemplo de amor e doação.
“Quem viveu em Salvador, no momento contemporâneo a Irmã Dulce e não a conheceu, não estava em Salvador, porque Irmã Dulce é uma figura que se via em quaisquer lugares. Não existia lugar difícil, lugar proibido, lugar rico, lugar pobre, ali ela estava. Ela era essa peregrina da cidade de Salvador, uma grande peregrina, estava sempre caminhando por aí em busca de algo para os outros, nada era para si. Sempre caminhando, procurando sanar dores, feridas, chagas, e levando o conforto da Palavra de Deus.”