Temas como a Formação Presbiteral no Brasil e a Amazônia foram os assuntos da coletiva de imprensa desta segunda-feira, 7, em Indaiatuba (SP). Participaram da mesa Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo de Salvador (BA), Dom Esmeraldo Barreto de Farias, Bispo de Santarém (PA) e Dom Erwin Kräutler, Bispo da Prelazia do Xingu (PA).
Dom Geraldo Majella, logo no início, destacou o retiro deste final de semana, dirigido por Dom Erwin, que fez tão bem a todos, destacando a capacidade e a experiência do bispo. “Dom Erwin que mora há 43 anos na Prelazia do Xingu, destes 28 anos como bispo, mostrou um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras”, recordou Dom Geraldo, ressaltando que suas colocações convidaram os bispos a um compromisso com os mais pobres e excluídos. Ele relembrou a frase de Dom Geraldo Lyrio Rocha, que disse: “Por trás de suas palavras, está sua vida e testemunho de homem de Deus”.
Dom Esmeraldo Barreto de Farias, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, explicou que é o responsável por esta comissão desde o ano passado, juntamente com Dom Ângelo Salvador, Dom José Antonio Preuzzo e Dom Sérgio Braschi. Os bispos têm feito um trabalho de atualizar o Documento 55 com base no que o Documento de Aparecida trouxe de novo.
“O Documento de Aparecida destaca que a Igreja está em permanente estado de missão, portanto, o presbítero precisa compreender que vocação e missão estão intimamente ligados. No seguimento a Jesus Cristo, este futuro padre possa vivenciar este sair para a missão. Sair de si mesmo ao encontro do outro”, destacou.
Dom Erwin, presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), falou sobre a realidade da Amazônia, tema trazido todos os anos, e que, segundo o bispo, é uma realidade que desafia a Igreja, o País e, até, o mundo. O Bispo apontou o crescimento da Amazônia, com o grande número de migrantes de todo o Brasil que estão “inchando” as cidades. Atualmente o estado tem 23 milhões de pessoas. Destacou ainda os povos indígenas, que são inúmeros e compõe um quadro de mais de cem línguas (maternas) diferentes, no estado.
O presidente do CIMI falou de sua luta em defesa destes povos e do desenvolvimento da Amazônia, explicando que o desenvolvimento que a Igreja quer é diferente do que o governo quer e até do que se entende por este termo. “O desenvolvimento que queremos para a Amazônia é o que promova a pessoa, a família, e não apenas o lucro. A pessoa deve estar como centro do progresso”. E destacou: “Se defendermos os povos indígenas na Amazônia, defendemos a sobrevivência da Amazônia”.
Falando sobre as constantes ameaças de morte que tem recebido, Dom Erwin disse que as causas são a insistência em investigar a morte da Irmã Dorothy Stang e sua posição a respeito do desenvolvimento da Amazônia. Outro fator são as denúncias de abusos sexuais de menores.
O Bispo destacou que não é só ele que vive essa situação, mas há muitas pessoas que lutam pelas mesmas causas. Ele disse que hoje o governo colocou pessoas para protegê-lo, mas salientou que é necessário ir “mais fundo”: “É preciso descobrir os responsáveis. O estado providenciou minha proteção, mas é preciso que ele resolva o problema”.