Igreja comemora, neste dia 25, Frei Galvão; primeiro santo brasileiro foi canonizado em 2007
Denise Claro
Da Redação
Neste mês de outubro, o Brasil celebrou a canonização da primeira santa brasileira: Irmã Dulce. Uma grande festa para um povo tradicionalmente católico, mas que ainda não tinha a honra dos altares reconhecida em nenhuma mulher. A primeira canonização de um homem brasileiro, porém, aconteceu há 12 anos, por ocasião da vinda do Papa Bento XVI ao país. Antônio de Sant’Anna Galvão foi canonizado no dia 11 de maio de 2007. O santo é celebrado pela Igreja nesta sexta-feira, 25.
Nascido em 1739 na cidade de Guaratinguetá (SP), Antônio era o quarto de dez filhos de uma família nobre e muito religiosa. Aos 13 anos, foi para o seminário e foi ordenado em 1762. Frei Galvão era conhecido por sua caridade e não media esforços para aliviar os sofrimentos dos que o procuravam. Em uma ocasião, quando não pôde atender pessoalmente ao pedido de visita a um doente, Frei Galvão teve a inspiração de escrever em um pedaço de papel uma frase do Ofício de Nossa Senhora e o embrulhou em forma de pílula, pedindo que fosse levado ao homem, que deveria tomá-lo em clima de oração. O homem foi curado, e a fama das pílulas do Frei se espalhou, sendo distribuídas até hoje.
Este foi o caso de Sandra Grossi e seu filho Enzo, recebedores do milagre que levou Frei Galvão à canonização. Sandra já havia sofrido três abortos espontâneos, devido a uma má formação do seu útero. Em maio de 1999, Sandra ficou novamente grávida e sabia que a qualquer momento poderia ter uma hemorragia e morrer. Apesar do prognóstico médico ser de provável interrupção da gravidez ou de que esta chegasse, no máximo, ao quinto mês, a gestação evoluiu normalmente até a trigésima segunda semana da gestação. Enzo nasceu sem complicações em um parto que era considerado de alto risco. Sua mãe atribui a Frei Galvão a graça, pois pediu sua intercessão desde o início da gestação, através da novena e do uso das pílulas.
Testemunhos
Roseli da Silva é coordenadora das pílulas no Santuário de Frei Galvão, em Guaratinguetá. Está em contato com as pílulas há 12 anos e experimentou, também em sua vida, uma graça por intercessão de Frei Galvão.
“Frei Galvão ainda era beato, não havia sido canonizado. Meu filho, que tem hoje 44 anos, viveu 15 nas drogas. Eu passei esse tempo todo em oração, joelhos dobrados pedindo a Frei Galvão que intercedesse pela sua libertação. Minha fé é muito grande, e eu não queria ver meu filho morto, não queria ver meu filho preso, e hoje ele está liberto há praticamente 10 anos. Muitas vezes usei as pílulas, tomei, pedindo pela minha família, fazendo a novena. Tenho certeza que essa graça foi alcançada por meio de Frei Galvão.”
O Santuário chega a distribuir até 80 mil pílulas por mês. Elas são feitas em material totalmente comestível, em papel de arroz, com a oração “Depois do Parto, óh Virgem, permanecestes intacta. Mãe de Deus, intercedei por nós!”, como acontece desde sua origem.
É também no Santuário de Frei Galvão que atua hoje Padre Toninho. Sua história com Frei Galvão começou no dia do seu nascimento.
“Há 65 anos, meu parto era difícil, de vida ou morte. Minha avó materna pediu a Frei Galvão que tudo desse certo, para que ele intercedesse diante de Deus, e fez uma promessa de que colocaria em mim o nome do santo. Quando eu nasci, os médicos disseram ‘se tem alguém na família que tem fé, acabou de acontecer um milagre. A criança está bem, e a mãe também.’ Então minha avó, que até então guardava isso no coração, se pronunciou dizendo que eu me chamaria Antônio Galvão dos Santos, e que iria ser um consagrado a Deus por intercessão de Frei Galvão. Sou padre há 36 anos e hoje trabalho no Santuário de Frei Galvão. Vim designado para cá sem que soubessem desse detalhe da minha vida, e hoje vejo como cumprimento de uma promessa.”, diz o sacerdote.
A graça da Maternidade
As amigas Carolina Siqueira e Lívia Reis experimentaram em suas vidas a graça da maternidade após pedirem a ajuda de Frei Galvão. Carolina é farmacêutica e professora no curso técnico da área médica. Ela e o esposo tentavam engravidar há algum tempo, e sem êxito, Carolina fez a novena de Frei Galvão e tomou as pílulas.
“Um dia estava ouvindo o rádio e na Canção Nova, durante o programa Amor Vencerá, a Salete Ferreira proclamou que Deus estava falando para uma mulher que ela já estava grávida, que Deus havia curado seu útero e que ela ficasse tranquila, pois já havia recebido essa graça. Senti que era eu. Passado um tempo, fiz o exame e deu positivo.Fazendo as contas junto com a minha médica, percebi que foi durante a novena de Frei Galvão.”
A filha de Carolina nasceu em janeiro de 2016. Desde então, ela testemunha a todos sobre o que viveu, e recomenda o uso das pílulas:
“Trabalhava numa escola na época, e uma amiga compartilhou comigo o desejo de ser mãe, já fazia 14 anos que eles tentavam e não conseguiam. Levei as pílulas pra ela, e pouco tempo depois estava grávida. Sempre incentivo aos romeiros aqui no Santuário a usar as pílulas. O meu testemunho é a forma que tenho para agradecer a Frei Galvão pela vida da minha filha.”
A amiga em questão era Lívia, bióloga. Lívia conta que sempre teve o sonho de ser mãe, e que tentava engravidar desde que se casou, aos 18 anos.
“Tentei por mais de 14 anos, e isso gerava uma frustração muito grande para mim, como mulher. Depois da conversa com a Carol, eu fiz a novena e pedi com muita fé a Frei Galvão que fosse me dada essa graça no Natal.”
No dia 25 de dezembro, pela manhã, Lívia decidiu fazer o teste de gravidez, pois se estivesse grávida, contaria naquele dia mesmo aos familiares, que chegariam para a festa.
“Fiz o teste, e estava grávida. Fiquei tão feliz que fiquei em estado de choque na hora. O segredo é pedir com fé. A gestação da Isabeli foi complicada, ela nasceu prematura, quase não sobreviveu, mas vencemos tudo isso e hoje ela vai fazer 3 anos. Digo a todos que querem uma graça que não desanimem, que peçam com fé, pois quem crê não é desamparado.”