Mês de Agosto

Fiéis de diferentes vocações destacam o chamado à santidade

Membros dos diversos estados de vida comentam como vivem o primeiro chamado à santidade

Denise Claro
Da redação

Santidade é para todos os estados de vida./ Foto: Canção Nova.

Nesta sexta-feira, 31, a Igreja no Brasil vive o último dia do mês dedicado às vocações. Ao recordar a importância do chamado de Deus para cada pessoa, em um determinado estado de vida, a Igreja lembra que a primeira vocação, para todos os batizados, é o chamado à santidade.

Na última exortação apostólica do Papa Francisco, Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo, o pontífice escreve:

“Para ser santo, não é necessário ser bispo, sacerdote, religiosa ou religioso. Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade esteja reservada apenas àqueles que têm possibilidade de se afastar das ocupações comuns, para dedicar muito tempo à oração. Não é assim. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra.”

Francisco lembra que um consagrado se santifica na sua alegre doação, da mesma forma que um casado tem possibilidade de se santificar amando e cuidando de sua família.

Sacerdócio

Padre José Roberto de Souza é missionário na Diocese de Óbidos (PA)./ Foto: Arquivo Pessoal.

É possível contemplar esta busca pela santidade, portanto, em qualquer pessoa, viva ela qual estado de vida for.

Padre José Roberto de Souza é missionário na Diocese de Óbidos, no Pará. Ele ressalta que o documento do Papa Francisco é importante por despertar as consciências para a urgência do serviço ao próximo:

“Num mundo egoísta e individualista, onde se privilegia o ter, onde se ostenta os poderes e pouco se dispõem a “lavar os pés” o documento nos provoca a ter um modo de vida que testemunhe que a realização humana está em viver com o coração entregue ao projeto de Deus e não ao projetos de uma sociedade excludente.”

O sacerdote afirma que a luta pela santidade está em fazer a vontade de Deus.

“É fazer o que Ele faz, ou seja, seguir a Jesus tendo os mesmos sentimentos Dele: amar os pobres e doentes, acolher os pecadores, cuidar dos pequeninos, falar das coisas coisas do Pai, amar os inimigos, e muitas outras coisas nesse sentido da vivência dos ensinamentos de Jesus. Fé e vida não podem estar separadas. Viver a fé e celebrar a vida é o caminho certo.”

Vida Religiosa

Irmã Patricia Silva é da Congregação das Irmãs Paulinas./ Foto: Arquivo Pessoal.

A religiosa Irmã Patricia Silva faz parte da Congregação das Irmãs Paulinas. Atua como assessora de comunicação da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Irmã Patricia diz que a santidade é uma busca que se faz a cada dia, e que não basta a salvação pelo batismo, mas todos são chamados a ser santos.

“Eu me consagrei para buscar a santidade. Na vida religiosa consagrada nós buscamos viver de acordo com Jesus, seguindo Jesus. Esse é o nosso método de busca da santidade. Jesus é nosso modelo e nosso mestre. Buscamos ser santas vivendo como Ele viveu na prática.”

Para o religioso, viver em comunhão é uma parte importante nesta busca. Um religioso, segundo Irmã Patricia, vive em comunhão com os irmãos de sua comunidade, com a Igreja, na qual fizeram os votos públicos de fidelidade, em comunhão com o povo de Deus e com o próprio Cristo.

“Este é o nosso jeito de estarmos dentro do Projeto de Deus para nós”, conclui Irmã Patricia.

Leigos e Famílias 

Frederico Fontes com a esposa Izabela e os três filhos./ Foto: Arquivo Pessoal.

O analista de sistemas Frederico Fontes é casado com Izabela e tem 3 filhos. Atuantes na Igreja, moram atualmente em Quebec, no Canadá. Ele afirma que ao se pensar em santidade, parece a princípio uma coisa impossível no mundo atual, mas logo se lembra de outros tantos cristãos que já alcançaram a santidade em nosso século.

“Temos que responder a esse chamado a todo instante, em cada palavra, em cada gesto, em cada olhar, pensamento e ação. Acima de tudo buscando a confissão e nos alimentando sempre da Eucaristia. Procuro viver essa busca no meu casamento, trazendo Cristo para nosso lar e buscando a felicidade da minha esposa; sendo um bom pai para meus filhos. Educando-os, protegendo-os e corrigindo-os quando necessário; procurando ser um bom amigo que está sempre disponível para os outros. Em meu trabalho, sendo honesto, esforçado e alegre, mesmo nos momentos difíceis.”

Frederico reforça que os desafios são muitos, e que o segredo está em manter o foco:

“É fácil demais nos perdermos nas ideias, desistirmos do que estávamos fazendo, nos distrairmos com coisas inúteis, desanimarmos quando surgem problemas. Existe pra mim uma luta interna muito grande, que imagino deva existir pra muitos, entre aquilo que devo e aquilo que quero. Entre coisas que temos que fazer e coisas que gostaríamos de estar fazendo. Manter a disciplina se torna um desafio constante.”

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