Uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado de células no sangue e que, segundo o Ministério da Saúde, atinge 10 mil brasileiros anualmente
Thiago Coutinho
Da redação
De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 10 mil novos casos de leucemia são diagnosticados anualmente. E para reforçar os cuidados e, sobretudo, o diagnóstico precoce, a campanha Fevereiro Laranja é realizada. No Estado de São Paulo, por exemplo, ações de conscientização com relação à doença foram instituídas por lei desde novembro de 2019.
Basicamente, a leucemia é causada por conta do crescimento desordenado e acelerado nas células do sangue. De acordo com o médico oncologista, professor da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), em São Paulo e PhD em oncologia pela Universidade do Porto (Portugal), Ramon Andrade de Mello, existem 12 tipos de leucemia e atinge todas as idades, inclusive crianças.
“Trata-se de uma doença causada pela proliferação descontrolada de células precursoras dos glóbulos brancos normais na medula óssea e no sangue. A ciência ainda desconhece a sua origem, mas sabe que alguns fatores podem aumentar os riscos, como a exposição prolongada do paciente a determinadas substâncias como benzeno, formadeíldos e agrotóxico”, explica.
Ainda segundo o especialista, o consumo de cigarro e a exposição excessiva à radiação podem causar o surgimento da doença. “Também entram nessa lista algumas síndromes e doenças hereditárias”, acrescenta.
Diagnóstico
Os sintomas, segundo Mello, podem variar de paciente para paciente (confira quadro abaixo). Num primeiro momento, o exame de sangue é avaliado por um hematologista. Diante dos resultados apresentados, solicitam-se exames de bioquímica e da coagulação. “Uma outra etapa da confirmação da doença é feita por meio do exame da medula óssea”, detalha o oncologista.
Fadiga, falta de ar, palpitação e dor de cabeça são alguns dos principais sintomas que acometem os pacientes. “A diminuição dos glóbulos brancos também vai reduzir a imunidade do paciente, que poderá apresentar infecções com maior frequência, o que provoca sangramentos nas gengivas e pelo nariz, bem como o aparecimento de manchas e pontos roxos na pele”, afirma.
Possíveis curas
O diagnóstico precoce é o principal meio para vencer a leucemia. “O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura do paciente”, ressalta Mello.
O transplante de medula óssea é uma das principais forma de cura da doença — afinal, a leucemia afeta exatamente este órgão, já que as células sanguíneas normais são substituídas pelo acúmulo de células doentes.
Mas o transplante não é a única alternativa para o tratamento. “O especialista pode indicar a quimioterapia, dependendo do estágio da doença. Mesmo os tipos de leucemia que ainda não têm cura, o paciente pode conviver com a doença por décadas”, ressalta Mello.
A doação de medula óssea, porém, é complexa, afinal exige compatibilidade entre paciente e o doador, algo não tão simples de se conseguir. “Acredito que campanhas periódicas podem contribuir para ampliar o número de doadores de sangue”, afirma o urologista. “Reportagens sobre o assunto também estimulam os doadores e esse é um importante papel da imprensa”, finaliza.
Notícias Relacionadas
Campanha Fevereiro Laranja conscientiza sobre a leucemia
Queda de doadores de medula dificulta a vida de portadores de leucemia
Junho Laranja: campanha reforça cuidados com a saúde do sangue
Fevereiro Laranja: ação em Taubaté (SP) conscientiza sobre leucemia
