Evento une sustentabilidade e valorização do artesanato brasileiro
Reportagem de Vanessa Anicio e Daniel Camargo
O Expominas, em Belo Horizonte, recebe mais uma edição da Feira Nacional de Artesanato. Além da variedade de peças de todas as regiões do país, o evento deste ano tem um destaque especial: a sustentabilidade.
Colorida, diversificada e cheia de histórias. É a 36ª edição da Feira Nacional de Artesanato, que reúne o talento de artesãos de várias regiões do Brasil.
José Adolfo é do norte de Minas e despertou a paixão pelo barro ainda pequeno. Cresceu e se encontrou em uma arte muito especial com esse material. “Há uns 6 anos que eu dediquei todo o meu trabalho à arte sacra. É onde tô me encontrando sempre. Eu acredito que eu ajudo um pouquinho a levar a Nossa Senhora para os lares”, afirmou o artesão, José Adolfo Viana de Souza.
Já nos primeiros dias viu sua coleção ganhar o mundo. “É um 70% das coisas que já foram vendidas”, disse ele. “Uma oportunidade que os nossos artesãos têm de se conectarem com o mercado, com um mercado extremamente importante, que valoriza a nossa arte, que valoriza a nossa cultura e a oportunidade que os nossos clientes têm de geração de negócio”, explicou a analista técnica do Sebrae Minas, Amanda Guimarães.
A feira é reconhecida como uma das maiores do setor na América Latina. Ao longo dos dias de eventos, visitantes poderão comprar direto com os produtores, conhecer técnicas diferentes e fortalecer uma cadeia produtiva que gera renda para milhares de famílias brasileiras.
Clara é do Rio de Janeiro e se sente em uma grande vitrine para seus buquês em resina. “Ela é a maior vitrine que a gente pode ter para o nosso público ver ao vivo as nossas peças, conhecer o nosso trabalho, tirar dúvidas”, contou a artesã, Clara Liz Remon Oliveira.
“A gente sempre fala que a gente trabalha entre 100.000, 120.000 pessoas, que é o que tem acontecido nos últimos anos, do público da feira. E expositores, a gente tem esse ano 3.237 expositores”, apontou a presidente do Centro Cape e organizadora, Tânia Machado.
Este ano, a feira reforça o compromisso com a sustentabilidade em um empenho para associar arte, cultura brasileira e economia criativa à agenda ambiental.
Ao longo dos cinco dias de evento, uma calculadora fará a contabilização da quantidade de gás carbônico liberado pela feira, que será recompensado com o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica e do Cerrado.
“Fazendo a nossa parte. É um grãozinho de areia. Mas é um grãozinho de areia. Se tiver bilhões de grãozinho de areia, quem sabe a gente não faça um saara por aí”, completa ela.
A Feira Nacional de Artesanato termina domingo. Até lá, o trabalho manual estará em alta, além de incentivar a cultura e a economia do Brasil.




