Na cidade de Caeté, em Minas Gerais, duas mortes por febre maculosa levaram a Prefeitura a decretar emergência em saúde pública. Foram proibidos eventos em áreas rurais e criado um grupo para enfrentar a doença, transmitida por carrapatos.
Reportagem de Vanessa Anicico e Vitor Ferreira
Uma cidade em alerta. Após a confirmação de duas mortes por febre maculosa, a prefeitura de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, decretou na última semana situação de emergência em saúde pública.
O prefeito da cidade, Alberto Pires, do partido Avante, usou as redes sociais da prefeitura para alertar a população. “Estamos entrando em situação de emergência pública no município de Caeté em razão da confirmação dos casos de febre maculosa”, declarou o prefeito.
A medida tem validade de 180 dias e prevê a dispensa de licitação para a aquisição de bens e serviços emergenciais, criação de um grupo especial e ficam proibidos eventos em áreas rurais ou urbana com características rurais.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, 27 casos de febre maculosa foram confirmados no estado em 2025. Belo Horizonte é o município com maior número de registros com cinco casos. Em seguida, Itabira tem quatro confirmações.
Transmitida pela picada do carrapato estrela infectado, a febre maculosa é uma doença endêmica em Minas Gerais e mais recorrente em períodos de seca, como explica este especialista.
“Ele prefere se reproduzir, replicar e disseminar nessa época de junho, julho, agosto até setembro, que é uma época mais seca, onde na natureza ele consegue se espalhar mais e a gente acaba que ao pisar num numas plantas onde ele tá ali o ninho, entre aspas de carrapato, essas ninfas então vão aderir. Se você está exposto a essa área, você deve ficar atento e após retornar à sua casa imediatamente procurar para ver se tem algum carrapato aderido ao seu corpo. Porque se você retirar o carrapato com menos de 4 a 6 horas, ele não transmite a doença. Ele precisa de um tempo de afixação na sua pele para transmitir”, explicou o médico infectologista, Alexandre Moura.
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado já nos primeiros sintomas para evitar o agravamento da doença. “Se não tratada, ela vai evoluir para formas graves. Pode acometer os rins, o pulmão, o cérebro, causando a morte de pessoas infectadas”, completou ele.