// Reforma agrária, segurança pública e a evangelização da juventude foram um dos assuntos tratados, na coletiva de imprensa desta tarde na Assembleia da CNBB, que contou com a participação do arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno, do arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio e do bispo de Ilhéus (BA), Dom Mauro Montagnoli. Antes de responderem as perguntas, os bispos leram a mensagem da CNBB aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
Sobre a questão agrária, Dom Mauro declarou que “a Igreja, através da Comissão Pastoral da Terra, tem dado sua presença, e tem insistido para que aconteça a reforma agrária no país, mas a justiça tem contribuído para dificultar a aplicação desses projetos. Falta vontade política para a realização dessa reforma que poderia contribuir, pois onde ela é aplicada contribui eficazmente para a melhoria de vida da população”.
Fotos da 45ª Assembleia Geral da CNBB
.: Mosteiro de Indaiatuba
.: Início dos trabalhos
.: Celebração da abertura
.: Missa de abertura
Dom Geraldo Lyrio ressaltou a importância de se criar condições dignas de moradia nos assentamentos. “Não basta apenas que se dê a posse da terra. Uma reforma agrária só é eficiente se é acompanhada da conveniente política agrícola. Está havendo um esforço de reforma agrária, mas há um descaso aos assentados, julgando-se que o problema teria sido resolvido quando na verdade não foi”, lamenta.
Segurança pública
Dom Raymundo Damasceno foi quem respondeu sobre a segurança pública, afirmando que esta é uma questão que deve ser abordada de forma bastante abrangente e não apenas com uma ou outra medida, como, por exemplo, a redução da maioridade penal ou o aumento do efetivo policial. Para o arcebispo, diversos fatores interdeferem neste problema, como a pobreza, o desemprego e a corrupção. “É necessário uma política de maior distribuição de renda, uma política econômica que promova uma maior geração de empregos. A justiça deve ser mais rápida, mais ágil e eficaz”, afirmou.
Evangelização da juventude
Dom Mauro falou também sobre a evangelização da juventude, afirmando que o documento que visa tratar da evangelização dos jovens pretende trazer luzes e propostas da Igreja para a sociedade civil e também aos poderes constituídos. “É um passo muito grande que a CNBB dá como instituição. Ela reconhece a importância do jovem dentro da sociedade, dentro da Igreja e reconhece o papel fundamental que o jovem tem a desenvolver, não só como objeto de uma formação e de uma evangelização, mas como sujeito, como protagonista também da evangelização”, concluiu.