Dia Mundial de Conscientização

Especialistas falam sobre combate aos tipos de hepatite

Segundo especialistas, cuidados básicos com a higiene pessoal podem combater a hepatite A. Vacinação é imprescindível na luta contra doença

Da Redação, com Agência Brasil

Combate a hepatite

A OMS estima que 500 milhões de pessoas no mundo carregam algum dos cinco vírus da doença / Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, recordado nesta segunda-feira, 28, especialistas alertam a população para cuidados rotineiros  capazes de evitar a contaminação dos tipos mais comuns da doença no Brasil: A, B e C.

A higiene pode prevenir a transmissão do tipo A, que ocorre por ingestão de água e alimentos contaminados. Sempre lavar as mãos com sabão depois de ir ao banheiro, ferver a água em locais onde não há água clorada, higienizar os alimentos são algumas dicas evitar esse tipo de hepatite, doença que atinge o fígado.

Os tipos B e C, considerados os mais virulentos, têm como principal forma de transmissão o contato com sangue e as relações sexuais. A coordenadora estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Clarice Gdalevici, lembrou que garantir instrumentos esterilizados na manicure é uma forma de evitar o contágio.

“Isso ocorre com todos os instrumentos de manicure, mesmo que não sejam cortantes, mesmo o palitinho, se tiver sangue na cutícula. O ideal é que o material seja de uso próprio”, informou. Segundo a especialista, escovas de dente, aparelho de barbear, brincos, entre outros acessórios pessoais, não devem ser compartilhados, pois também podem ser transmissores da doença.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, além dos cuidados com a higiene, a vacinação é fundamental para a prevenção, sobretudo no caso da hepatite B que pode ser tornar crônica e manter a circulação do vírus na comunidade.

“Quanto mais cedo a pessoa adquirir a hepatite B, maior a chance de que ela se torne portadora crônica”, explicou o especialista. Ele recordou também, que a vacina contra o tipo B faz parte do Programa Nacional de Imunizações há 14 anos.

“Na época, ela era oferecida apenas a recém-nascidos e hoje é oferecida para pessoas até 49 anos. Felizmente não há mais ocorrências em crianças. O desafio agora é universalizar o acesso, pois é uma doença que atinge todas as idades”, explicou Renato Kfouri.

Para o especialista, a baixa adesão de jovens e adultos à imunização da hepatite B deve-se, sobretudo,  à falta de informação. “Muitos não sabem sequer que existe vacina para essas faixas etárias. Há uma cultura muito forte de vacinação da criança, mas ainda estamos muito longe na cobertura vacinal de jovens, adultos e idosos”, destacou.

Não há vacina para prevenir a hepatite C, a mais severa desses três tipos mais comuns no Brasil, podendo causar câncer no fígado. A vacina contra a Hepatite A começou a ser fornecida, pelo Sistema Único Saúde (SUS), para crianças de 1 a 2 anos no mês passado.
Crianças maiores, adolescentes e adultos podem ser vacinados em clínicas privadas.

Segundo especialistas, a  hepatite A é mais leve, mas existem alguns casos fulminantes. O tipo B é 100 vezes mais infeccioso do que o HIV, e o infectado costuma portar o vírus mesmo depois de curado. “As chances de um recém-nascido, filho de uma mulher com hepatite B, ser portador do vírus para o resto da vida é 90%”, explica  Kfouri.

Segundo dados da Organização mundial de Saúde (OMS), 500 milhões de pessoas no mundo carregam algum dos cinco vírus da doença. As hepatites virais são responsáveis por 1,4 milhão de mortes todos os anos no mundo.

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