Planejamento

Economista orienta como equilibrar os gastos no fim do ano

Planejamento e organização ao longo do ano são importantes para virar o ano com tranquilidade

Denise Claro
Da redação

Economista orienta como equilibrar os gastos no fim do ano./ Foto: Denise Claro- CN

Dezembro chegou. O fim do ano é um período de festividades, férias, alegria, momentos de confraternização e de estar em família. Porém, esses momentos trazem gastos extras, além das necessidades de quem tem crianças, por exemplo, com uniforme e material escolar. Como administrar as finanças neste período, de forma a virar o ano com tranquilidade?

O economista Humberto Felipe/ Foto: Julia Beck – Canção Nova

Quem trabalha com carteira assinada pode usar o 13º salário para o pagamento das contas próprias do fim do ano. Quem não tem, precisa se organizar ao longo do ano. Essa é a orientação do economista Humberto Felipe.

“Como são muitos os gastos extras no fim do ano, é prudente fazer um bom planejamento tanto das despesas de fim de ano, quanto do início do ano seguinte, como IPVA, IPTU, matrículas. É bom lembrar que no fim de ano predomina o tom vermelho, mas é sempre prudente entrar o ano novo no azul. Para não ter dissabores na virada do ano planeje com cuidado suas despesas.”, alerta.

O administrador Tiago Assad é casado e tem três filhos. Ele conta que organiza sua vida financeira ao longo do ano, para não ter dor de cabeça quando o fim de ano chega:

“Tenho uma planilha na qual anoto as minhas receitas e as minhas despesas ao longo de todos os meses. Procuro gastar menos do que eu recebo, e reservar mensalmente uma quantia, justamente para os gastos de fim de ano. Quando chegam essas contas anuais, eu já tenho o dinheiro em mãos. Quem não faz isso, acaba tendo que fazer empréstimos, ou pagar multas e juros.”

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Uso do 13º

Humberto Felipe orienta que, ao receber o 13º, o trabalhador observe sua real necessidade:

“Se a pessoa tem dívidas, é bom pagar antes as contas atrasadas. Se está devendo, preocupe-se primeiro em honrar seus compromissos. Se tiver uma sobra, previna-se das despesas do início de ano. Coloque no “papel” todos os gastos obrigatórios (dívidas, IPVA, IPTU, matrícula, etc.). Relacione o quanto de dinheiro tem para pagar essas despesas. Faça uma simples conta aritmética: dinheiro na mão menos despesas. Sobrou dinheiro? É com essa sobra que você deverá contar para as festas de fim de ano. Só então pense nos presentes e nas festas.”

O economista lembra que se a pessoa não tem dívidas, deve relacionar os gastos de início de ano e diminuir do dinheiro que tem disponível, mas atento a não gastar tudo o que sobrou.

“É sempre prudente ter uma reserva para necessidades em caso de urgência e mesmo para ajudar na aposentadoria. Se tem um dinheirinho sobrando, guarde um pouco para o futuro.”

Prioridades

O fim do ano é uma época de reflexão em vários aspectos da vida, e também a área financeira deve entrar nesta análise. O ‘aperto’ ou a ‘tranquilidade’ da vida financeira de cada um, ao final do ano, vai depender de como o dinheiro foi empregado ao longo de todo o ano.

“A melhor forma de gerir o dinheiro é fazer um bom planejamento. Mas, não se preocupe! Fazer o planejamento financeiro familiar não exige conhecimento de finanças. Exige apenas disciplina e conhecimento das famosas contas de somar e diminuir.”, observa o economista.

O administrador Tiago Assad, esposa e filhos./ Foto: Arquivo Pessoal

Assad lembra que o que rege seu hábito de lançar os gastos da família na planilha são suas prioridades:

“Quem tem muito dinheiro, não precisa se organizar muito. Mas quem tem pouco, precisa fazer render aquilo que tem. É uma questão de escolhas. Você tem que ter claro o que é prioridade da sua vida, e ter isso como meta. Algumas pessoas, por exemplo, querem viajar. Outras, querem comprar um carro 0km. Você tem que focar no que quer e abrir mão das outras coisas.”

O administrador e pai de família conta que não dá pra julgar o que é certo ou errado. O que existe é a prioridade. E fazer o planejamento é muito importante para observar onde o dinheiro está sendo gasto:

“É a planilha que a gente faz que vai mostrar a realidade. Por exemplo, você pode estar gastando muito em roupas, mas roupas não serem uma prioridade para você, e você não percebe isso. Vai gastando aos poucos, e não percebe. Mas quando vê a planilha, se dá conta de que você está gastando mais com roupas do que com alimentação. Ou você percebe que a manutenção do seu carro tá muito cara, e já está na hora de você trocar de carro, porque esse carro já está te dando prejuízo. O financeiro vai guiando toda sua vida prática.”

Como fazer a planilha?

O economista Humberto Felipe dá dicas de como fazer uma planilha de receitas e despesas:

“Primeiro, coloca-se no papel os valores que entram no mês e, de outro lado, se faz uma relação de todas as despesas do mês, começando com aquelas obrigatórias: aluguel, prestação da casa, água, luz, telefone, alimentação, etc. em seguida as não obrigatórias e eventuais. Depois, é só somar as despesas e diminuir da receita (o valor do salário para a maioria das pessoas). É uma simples conta de mais e menos.”

O especialista lembra que existem despesas que são sazonais, como o seguro do carro, ou o IPVA:

“Faça uma reserva de dinheiro para essas despesas durante o ano. Por exemplo, imagine que o valor do IPVA seja de $2000. Se guardar $170 reais todo mês, no início do ano você terá o dinheiro para pagar esse imposto e ainda vai sobrar 40 reais para tomar um lanchinho com a família, simples assim.”

É importante também reservar algum valor para emergências e pequenos aborrecimentos, como situações de saúde, ou de manutenção de casa, por exemplo.

“Quanto guardar? Depende de cada um, mas o prudente seria entre 20 e 30%. Para as pessoas que já recebem seu salário há mais tempo e não têm ainda o hábito de poupar, a sugestão é que iniciem guardando 10% da renda e aos poucos vá aumentado para chegar aos 20 ou 30%. Os que estão iniciando a agora, criem o hábito de guardar no mínimo 20% do salário ao longo de cada mês.”

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