Há diversas opções de investimento, mas a melhor dependerá do quanto se tem para aplicar e, sobretudo, dos rumos que a economia tomará
Thiago Coutinho
Da redação
As projeções e prognósticos para a economia brasileira em 2019 ainda são uma incógnita. Segundo o Departamento Econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), a economia brasileira pode crescer de 2,4% a 3% neste ano.
É importante, porém, que em 2019 o Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todas as riquezas produzidas no país, volte a crescer. “Quando o país não gera riqueza, há uma tendência de desemprego e a não-geração de novos. Temos expectativa de que o PIB cresça”, explica o economista e professor universitário Humberto Felipe da Silva.
As indústrias, por exemplo, passam por um momento complicado: estão com a capacidade ociosa. “Ou seja, elas têm capacidade de produzir mais em termos de máquinas, equipamento e infraestrutura, mas não o fazem. O aumento da produção só acontecerá com esta infraestrutura existente. Depois, sim, começarão as novas contratações”, explica.
Investir pode ser a saída
Aplicar o dinheiro pode ser uma boa saída em tempos incertos. A primeira análise a ser feita é do quanto se tem disponível para fazê-lo. “A questão da aplicação depende muito da disponibilidade de recurso que a pessoa tem. Depende também da idade. Os mais jovens podem fazer investimentos de risco, mas que trazem mais rendimentos. Os mais idosos têm que procurar um equilíbrio, investimentos mais seguros, mas com menos rentabilidade”, detalha Felipe.
O economista alerta para alguns investimentos que podem ser uma cilada, como os títulos de capitalização. “Não é investimento, é jogo. Além disso, oferecem uma renda muito pequena”. A caderneta de poupança, modalidade mais comum entre as pessoas, também tem seus entraves. “Ela não remunera de acordo com a inflação, e por conta disto não consegue recuperar o dinheiro investido”, previne.
Uma opção mais rentável, principalmente para os mais jovens, é a aplicação no mercado de ações. “A pessoa pode comprar ações diretamente ou entrar em fundos de investimento em ações, pois são os mais rentáveis. A grande vantagem deles é que quando o mercado está muito ‘deprimido’, o valor das empresas está muito baixo. Com a retomada econômica, algo que deve acontecer de maneira mais vigorosa em dois ou três anos, essas empresas serão valorizadas. Então, quem aplicar em ações terá um retorno muito grande”, avalia o especialista.
Por fim, se a pessoa não tem uma grande quantia guardada, mas quer aplicar, uma saída é o Tesouro Nacional. “A letra do Tesouro Nacional ainda é um bom negócio por ter uma rentabilidade fixa” diz Felipe. “Mas todos esses investimentos dependem do que a nova equipe econômica vai sinalizar: se vai para um lado ou para o outro”, avisa.
Cartão de crédito é um perigo
O cartão de crédito é uma válvula de escape que pode acudir naqueles momentos de grande dificuldade ou quando se é pego desprevenido. Seu uso, porém, deve ser feito de forma cautelosa.
“Cartão de crédito é uma excelente moeda. Assim ele é considerado. Mas é uma moeda muito perigosa nas mãos de quem não sabe utilizar”, alerta o especialista. “Até pelos juros altos, o cartão de crédito é um dinheiro caro e deve ser usado com cuidado. O ideal é fazer as compras para pagar à vista e não deixar acumular o saldo, o mínimo”, acrescenta.
Planejar os gastos, saber qual a disponibilidade que o consumidor tem para gastar com as parcelas, anotar estas informações de alguma forma e controlar isto rigorosamente. Estas são as principais dicas para quem quer se aventurar com o cartão de crédito. “Nunca pague menos do que o total da fatura, pois os juros são exorbitantes e indecentes”, finaliza.