Em coletiva de imprensa, presidente eleito da CNBB disse que o programa de governo da nova presidência serão as próprias diretrizes da entidade
Jéssica Marçal
Enviada especial a Aparecida (SP)
Logo após a cerimônia de posse, nesta sexta-feira, 24, a nova presidência da CNBB participou de uma coletiva de imprensa, encerrando a 53ª Assembleia Geral da entidade em 2015.
O presidente eleito, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) considerou que a Assembleia é um espaço precioso para a Igreja no Brasil e para a própria ação evangelizadora da Igreja. Trata-se de um momento para buscar diretrizes comuns nessa caminhada.
Sobre qual será o programa de governo dessa nova presidência, Dom Sérgio explicou que isso já está definido, pois é pautado pelas diretrizes gerais para a ação evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas nessa Assembleia, para o período de 2015 a 2019.
“A nova presidência não vai fazer as coisas por conta própria. O programa de governo está nas próprias diretrizes que foram elaboradas (…) Os eleitos vão cumprir o que o próprio episcopado estabelece como caminho a seguir”.
Entre as várias discussões realizadas ao longo desses dias de Assembleia, Dom Sérgio destacou as mensagens aprovadas nesse período: de solidariedade aos cristãos perseguidos e ao povo armênio; o texto “Pensando o Brasil”; a mensagem à vida consagrada; o texto base do Ano da Paz e uma nota sobre o atual momento nacional. Duas dessas mensagens – a dos cristãos perseguidos e sobre o momento nacional – foram lidas pelo secretário-geral reeleito, Dom Leonardo.
Pronunciamentos da CNBB
O presidente eleito declarou ainda que a CNBB não adota nenhuma posição político-partidária em relação a temas políticos e sociais. O fato de ela falar desses assuntos não significa que tome partido em relação a tal. A Reforma Política, por exemplo, é um tema que não pode ficar à parte da vida da Igreja, explicou o arcebispo de Brasília.
Segundo ele, a presidência da entidade vai continuar se pronunciando em relação a temas políticos e sociais. Isso porque uma nova presidência não significa uma mudança radical em relação à anterior; a presidência não age sozinha. Cada uma tem a sua marca, mas procura dar sequência ao que foi e é o papel da CNBB na Igreja no Brasil.
Encontro com o Papa e a presidente do Brasil
A imprensa indagou Dom Sérgio e Dom Leonardo sobre uma possível visita da nova presidência ao Papa Francisco e à presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Dom Leonardo explicou que todos os anos a CNBB faz uma visita ao Papa e entrega a ele os resultados da Assembleia, tudo o que foi discutido. Segundo ele, esses encontros são sempre agradáveis e acontecem no final de setembro, início de outubro.
Da mesma forma, é de praxe que a presidência da CNBB realize visitas à presidente do Brasil, no caso, Dilma. O secretário-geral afirmou que já houve três encontros com ela, dois a pedido da CNBB e um por iniciativa do Governo. “É uma visita não só de cortesia, mas para colocar as preocupações que a CNBB tem. E nós somos muito ouvidos”.