Desde a divulgação de notícias com denúncias envolvendo o Centro de Atendimento ao Trabalhador (CEAT), a Arquidiocese de São Paulo tem se manifestado no sentido de esclarecer sua ligação com a Organização e manifestar seu repúdio a quaisquer práticas de corrupção e uso indevido dos bens públicos.
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, explicou, por meio de uma nota, que o CEAT "surgiu de uma iniciativa da Arquidiocese de São Paulo, em dezembro de 2002, como instrumento idôneo para a colocação de homens e mulheres no mercado de trabalho".
O arcebispo explica, ainda, que a Organização desvinculou-se da Arquidiocese e passou a ter "personalidade jurídica independente e gestões administrativa e financeira próprias".
Leia a íntegra da nota:
O Centro de Atendimento ao Trabalhador (CEAT), como já foi esclarecido anteriormente à imprensa, surgiu de uma iniciativa da Arquidiocese de São Paulo, em dezembro de 2002, como um instrumento idôneo para enfrentar o desafio do desemprego na Cidade de São Paulo. À época, chamava-se “Centro Arquidiocesano do Trabalhador” e, enquanto organização civil, contribuía para a colocação de homens e mulheres no mercado de trabalho.
O então Centro Arquidiocesano do Trabalhador, em seu surgimento, tinha como referência primeira o Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que à época de sua fundação, era o Cardeal Cláudio Hummes. Tal iniciativa da Arquidiocese de São Paulo rendeu premiações nacionais e internacionais de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido enquanto CEAT.
O CEAT, no entanto, almejando o necessário crescimento como organização civil, desvinculou-se da Arquidiocese de São Paulo e, por consequente, transformou-se em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), passando a ter personalidade jurídica independente e gestões administrativa e financeira próprias.
A Igreja Católica manteve com o CEAT, daí por diante, apenas um vínculo de apoio, em razão da história de sua fundação e do trabalho efetivamente desenvolvido nas suas diversas unidades, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Igreja Católica confiou no trabalho daqueles que haviam ajudado a fundar o CEAT.
Surpresos com as denúncias de irregularidades na gestão de verbas tomadas do Ministério do Trabalho pelo CEAT, temos todo o interesse em ver plenamente esclarecidas tais denúncias. Não podemos aceitar qualquer forma de corrupção ou desvio na gestão dos bens públicos. E que, respeitada a presunção de inocência e o direito à defesa, os eventuais responsáveis por ilícitos, envolvendo o CEAT, respondam perante a lei por suas ações.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo