Irmãos, irmãs, bispos, queridos padres, religiosas que participam desta Eucaristia e todos os que nos acompanham pelos meios de comunicação social. É bom estarmos juntos à mesa do Senhor e, reunidos na alegria, partir o pão do amor. É isso o que Deus nos ensina neste Evangelho: partir o pão. Ele, sempre antes de fazer os gestos de partilha, dirige-se ao Pai, faz ação de graças, sente-se em comunhão profunda com o Pai, porque quer partilhar esta comunhão com todo o povo. E este sabe reconhecer, em Jesus, essa bondade, essa misericórdia, esse amor. Eles O procuram, correm atrás d’Ele, sentem necessidade d’Ele, chamam-nO de “Rabi”. Enfim, há uma espécie de relacionamento que vai se estabelecendo entre Jesus e o povo, criando laços realmente de amizade e amor. Mas Cristo vê que esses laços têm também interesses que não são de primeira qualidade. Ele apenas lhes diz: “Vocês me procuram porque se sentiram alimentados. Comeram fartamente o pão, mas precisam de um alimento que só o Pai pode lhes dar; um pão que permanece até a vida eterna”.
Certamente, o Senhor está aludindo à Eucaristia, este pão que sacia, fortalece, conforta e santifica. A santidade, realmente, tem a fonte, a base, o centro de partida na Eucaristia, esse amor de Deus que se transforma em alimento, em vigor e força. Para isso, Jesus providenciou o chamamento dos apóstolos, dos discípulos; e, mediante a Igreja, esse chamamento continua, torna-se uma necessidade urgente, que é a resposta para o ministério ordenado.
Hoje, estou celebrando este evento do jubileu de 50 anos de ordenação presbiteral deste pobre servo do Senhor [Dom José Maria Messe, bispo de Volta Redonda (RJ)]. Também comemoramos os 35 anos de ordenação presbiteral do meu irmão Dom Tomás, aquele que, por coincidência, sucedeu-me em Irecê, na diocese do Nordeste 3, no Estado da Bahia. Agradecemos ao Senhor este ministério que nos foi dado até esta comunhão. Primeiro, em Cristo, como batizados, depois no ministério ordenado como presbíteros, e, agora, como servidores do Senhor, como Seus sólidos apóstolos. Realmente, é uma gratidão muito grande este processo de formação e de serviço a Deus, que é o ministério ordenado do presbítero.
O Senhor Jesus nos faz compreender a necessidade deste ministério quando, em vários momentos, manifesta o desejo de que o Reino de Deus se estabeleça, que a Messe possa ter muitos operários a fim de ajudar a ceifá-la, para que ela não se perca.
O Senhor nos pede que oremos muito, para que, em nosso tempo, mais ainda do que no passado, os operários de várias características, leigos e leigas, reforcem o ministério deles, assim como a pregação, a coordenação das pastorais, a animação das comunidades. Porém, não pode haver um corpo sem cabeça; os membros têm necessidade de uma articulação organizada, ordenada, harmônica. Então, Jesus colocou, no lugar d’Ele, na pessoa d’Ele, essa cabeça que é presbítero em comunhão com seu bispo.
Faço este apelo às nossas comunidades, às dioceses, a nós todos para que oremos muito; provoquemos, na comunidade, esta oração, esse pedido que é uma ordem de Jesus Cristo. Enquanto nós agradecemos o nosso ministério ordenado de presbíteros, de bispos, de diáconos, temos também de suscitar, em nossa comunidade, esse sentimento de co-responsabilidade na oração, no serviço, nas famílias.
Quero rezar, hoje, por todas as famílias dos sacerdotes, dos presbíteros. Quero que todas as famílias sintam a beleza de ter alguém – um filho, um sobrinho – que possa se doar totalmente ao Senhor. Quero agradecer também à minha família e rezar, profundamente, por meus pais, meus irmãos e, assim, viver, com muita gratidão, este ministério que me foi entregue.
Lembro-me também de meus colegas, pois fomos ordenados, em Roma, no Dia da Pascoela, segunda-feira após a Páscoa. Então, dos 16 ordenados, 3 vieram ao Brasil, dos quais 2 já faleceram. Os demais estão espalhados pelo mundo: Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos, Canadá, Escócia… Vejam como a estação missionária tem uma ação forte, uma atualização perene e constante.
Vamos suscitar em nossas comunidades esta co-responsabilidade no ministério ordenado, orando, como é ordem do Senhor, para que haja muitos operários deste ministério ordenado, e também para que as famílias se sintam envolvidas nesta ação missionária.
Obrigado por este momento que me foi permitido. Eu não tinha nenhum desejo de presidir esta Eucaristia porque me sinto muito emocionado, como no dia em que fui ordenado presbítero. É um sentimento sempre de muita fragilidade, mas o Senhor, que está conosco, faz-nos fortes, corajosos, sempre prontos a servir a Ele e à comunidade.
Obrigado a todos.