Jubileu Sacerdotal

Dom Irineu Danelon comemora 50 anos de sacerdócio

Bispo emérito da Diocese de Lins (SP), Dom Irineu é o fundador da Pastoral da Sobriedade

Denise Claro
Da redação

Dom Irineu Danelon celebra seus 50 anos de sacerdócio neste sábado, 16 / Foto: Arquivo – Canção Nova

Neste sábado, 16, o bispo emérito da Diocese de Lins (SP), Dom Irineu Danelon, comemora 50 anos de sacerdócio. 

Dom Irineu nasceu em Piracicaba (SP) no dia 4 de abril de 1940. Estudou em colégio salesiano, e ingressou no seminário salesiano em Lavrinhas (SP), sendo ordenado sacerdote no dia 16 de setembro de 1967, em São Paulo, na Igreja do Santuário Coração de Jesus, por Dom Ladislao Paz.

Como sacerdote, trabalhou no Liceu Nossa Senhora Auxiliadora, em Campinas (SP), e também na cidade de Lorena, no Vale do Paraíba. Foi coordenador das Pastorais da juventude e vocacional salesianas e Inspetor da Inspetoria de São Paulo.

O arcebispo emérito de Passo Fundo (RS), Dom Antônio Carlos Altieri, também salesiano, fala desse período da vida de Dom Irineu. “Tivemos contato desde a juventude. Eu estudava no Liceu Coração de Jesus e ele como padre novo, em Campinas. O conheci no movimento “Construindo”, pois dentre os animadores estavam Padre Jonas Abib, e também Dom Irineu, em Campos do Jordão. Depois que ingressei no seminário, Dom Irineu foi meu conselheiro em Lorena, no curso de filosofia. Muitos outros encontros tivemos, em pastorais, no campo de trabalho, muitas experiências bonitas e uma amizade muita intensa. Sempre admirei muito Dom Irineu pelo seu entusiasmo, vibração e alegria constantes. Ele tem vários carismas, mas sobretudo o carisma de ‘dar o primeiro passo’.” 

Diocese de Lins

Com o falecimento de Dom Walter Bini, em 02 de dezembro de 1987, o Papa João Paulo II nomeou Dom Irineu como 7º bispo diocesano de Lins, sendo ordenado em 31 de janeiro de 1988 e tomando posse de sua Sé episcopal em 27 de fevereiro deste mesmo ano.

Ao longo dos 27 anos em que esteve à frente da Diocese, participou ativamente da vida da Igreja no Brasil, assumindo vários cargos na CNBB. Ordenou 99 Diáconos Temporários (religiosos e diocesanos), 13 Diáconos Permanentes, 127 presbíteros entre religiosos e diocesanos; foi consagrante de 2 bispos e co-consagrante de outros 4 bispos. Além disso, criou a Diocese de Araçatuba, várias paróquias, reabriu o seminário de Lins, fundou a Rádio Regional Esperança FM e uma casa de acolhida para sacerdotes idosos. Ainda destaca-se a criação do OVISA (Orientação para a Vivência Sacramental), o Curso Modular Teológico para Leigos, Curso Bíblico Ecumênico Diocesano e a Escola São Lourenço para formação de Diáconos Permanentes.

No dia 30 de setembro de 2015, o Papa Francisco acolheu a renúncia de Dom Irineu Danelon, por motivo de idade. A CNBB enviou uma nota agradecendo o trabalho do religioso e sua importância para a Igreja, reafirmando que louvava ao Pai “pela vida e vocação de Dom Irineu e manifesta o mais sincero agradecimento pelo bem por ele realizado ao povo a ele confiado”.

Em 2016, Dom Irineu sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), de gravidade moderada. Desde então, tem passado por um processo de reabilitação e recuperação, respondendo positivamente ao tratamento. 

A comemoração oficial do jubileu sacerdotal será promovida pela diocese de Lins, com a Santa Missa a ser celebrada neste sábado, 16, às 19h na Catedral da cidade.

Dom Irineu considera a celebração desses 50 anos como um dom de Deus. “Eu era um jovenzinho nascido na roça, de família pobre, quase analfabeta. De repente Deus me chamou para uma missão muito especial e difícil, que se traduziu depois na Pastoral da Sobriedade. Posso dizer que foi tudo uma graça especial, um presente de Deus que me valorizou.”

Pastoral da Sobriedade

Além de toda a ação de Dom Irineu na Igreja, o religioso criou a Pastoral da Sobriedade. “Eu percebi como Deus é bom e me cativou a respeito daqueles que passam por momento difícil em sua vida, como os usuários de drogas, e aqueles cujo vício influenciou negativamente na família, perturbando o relacionamento e às vezes provocando abandono ou situações de miséria, pobreza. Através dessa dificuldade, descobrimos a importância da misericórdia, que é totalmente gratuita, e se dirige especialmente a quem não merece. A Pastoral da Sobriedade para mim foi uma escola, pois busquei pôr em prática na vida o amar a todos, a quem merece e a quem não merece também”, conta o bispo. 

A Pastoral nasceu de um desafio lançado pelo Papa João Paulo II: lutar contra o flagelo da dependência química. Foi na 36ª Assembleia Geral da CNBB, em 1998, que Dom Irineu Danelon propôs uma ação articulada na Igreja, a partir da qual foi implantada a Pastoral da Sobriedade, anteriormente chamada de Pastoral de Prevenção e Recuperação em dependência química. A proposta era de um trabalho conjunto, envolvendo o dependente, a família, a Igreja e a sociedade. Atualmente, a Pastoral conta com mais de 27 mil agentes nacionais e 1200 grupos de autoajuda.

Padre Oscar Beozzo, da Diocese de Lins, ressalta a relevância da atuação do religioso nesta missão. “O episcopado de Dom Irineu teve um impacto local, mas igualmente uma irradiação nacional através da Pastoral da Sobriedade e da presença assídua do bispo em programas televisivos semanais e em programas radiofônicos diários. A característica mais marcante deste pastor é a bondade com que acolhe toda e qualquer pessoa, em suas necessidades, angústias ou sofrimentos. Essa virtude ganhou forma eminente no seu relacionamento com jovens dependentes químicos e com os seus presbíteros e seminaristas”. 

 

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