“Combati o bom combate. Guardei a fé. Aquilo que fiz foi por amor. Sem entrar no mérito da competência. Se a competência é o amor, ao menos isso posso oferecer: o meu amor à Igreja, à missão, à vocação como sacerdote”, destacou Dom Geraldo Majella Agnelo ao deixar a função de Arcebispo de Salvador.
Dom Majella esclarece que este é um passo natural dentro da Igreja Católica, pois o Concílio Vaticano II recomendou que, ao completarem 75 anos, os bispos peçam ao Papa sua renúncia, independente do estado de saúde. No caso de Dom Majella, como em outros casos, o Papa Bento XVI não aceitou a renúncia de imediato.
Em toda a sua vida sacerdotal, o cardeal salienta que nunca pediu coisa alguma, aceitando com obediência tudo aquilo que a Igreja lhe pedia, sem duvidar de sua vocação e do amor de Deus. “Eu não escolhi, mas fui escolhido. E eu fiz com amor. E, por isso, nunca tive motivos para duvidar”, ressalta Dom Majella.
Desde a publicação do sucessor, Dom Geraldo permanece como administrador apostólico e garante trabalhar com dedicação até o último dia.
“Quero desejar para o meu sucessor toda a graça e luz de Deus para que ele tenha um grande ministério”, concluiu Dom Geraldo. O novo Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, toma posse nesta sexta-feira, 25, numa cerimônia que acontece às 19h, na Catedral Basílica.
Nomeado como Delegado Papal por Bento XVI, Cardeal Majella presidirá a solenidade de beatificação de Irmã Dulce no dia 22 de maio.
54 anos de ministério sacerdotal
Mineiro de Juiz de Fora (MG), Dom Geraldo nasceu em 19 de outubro de 1933 e foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1957, na Catedral da Sé, em São Paulo, pelo Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. “Caridade com Fé” foi o lema que escolheu para dar seguimento à sua caminhada na Igreja.
Em 1978, o Papa Paulo VI o nomeou Bispo Diocesano de Toledo, no Paraná. Já em 1991, o Papa João Paulo II o nomeou Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Em Roma, também foi nomeado membro do Comitê Central do Grande Jubileu do Ano 2000, presidente da Comissão de Liturgia do mesmo comitê e membro do Pontifício Comitê dos Congressos Eucarísticos Internacionais.
Já no dia 13 de janeiro de 1999, o Papa João Paulo II o nomeou Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia, tomado posse canônica em 11 de março do mesmo ano, iniciando o seu pastoreio como 27º Arcebispo Primaz do Brasil.
Durante sua missão em Salvador, o cardeal presidiu a celebração de beatificação de Irmã Lindalva Justo de Oliveira, proclamada beata pelo presidente do Pontifício Conselho para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, que veio de Roma representando o Santo Padre.
Além de exercer funções do ministério sacerdotal e episcopal, Dom Geraldo também atua como assessor, membro, secretário e presidente de conferências e congregações da Cúria Romana. Em 2003, foi eleito presidente da CNBB, cargo que ocupou até maio de 2007. Foi um dos presidentes da Conferência Geral do Episcopado latino Americano e Caribenho, encontro que aconteceu em maio de 2007, em Aparecida, São Paulo.