Hoje, 14, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em Belém (PA), o Bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Luís Azcona, denunciou, em entrevista coletiva, graves casos de violação dos direitos humanos envolvendo mulheres, adolescentes e crianças no arquipélago da ilha localizada no norte do Pará. Também participaram da entrevista, o coordenador da Pastoral do Menor, André Franzine e a coordenadora da Comissão Justiça e Paz (CJP), Irmã Henriqueta Cavalcante.
Como bispo acompanhante da CJP da CNBB Norte 2, Dom Azcona fez sérias denúncias sobre a situação alarmente envolvendo exploração sexual na região e afirmou que o poder público, mesmo ciente, até o momento não tomou as devidas providências.
Na coletiva, Dom Azcona acusou as autoridades policiais que, segundo ele, acabam sendo coniventes chegando a envolver-se com casos de tráfico humano. Essas denúncias já foram encaminhadas à Secretaria de Justiça do Estado do Pará.
Dom Azcona falou das ameaças de morte que ele e outras pessoas como os bispos Dom Flávio Giovenale e Dom Erwin Krautler, ambos do Regional Norte 2 da CNBB, que vem sofrendo por defenderem a vida na Amazônia. Sobre as ameaças, Dom Azcona revelou que o bispo do Xingu (PA), Dom Erwin, é ameaçado por defender os direitos indígenas e por acompanhar de perto o andamento do "Caso Dorothy", e Dom Flávio por acompanhar o caso da menor mantida presa com homens em uma delegacia no município de Abaetetuba (nordeste do Pará). Ele citou, ainda, o caso de uma advogada ameaçada de morte no município de Portel.
O coordenador da Pastotal do Menor, André Franzine, denunciou o tráfico humano, a exploração sexual infantil na região de Abaetetuba e a passividade da justiça diante de alguns casos.
Dom Azcona declarou esperar que esses, e tantos outros casos, que segundo ele 'vem se agravando no interior do estado, especificamente na ilha do Marajó', possam ser acompanhados com maior atenção e responsabilidades pelas autoridades. Finalizou dizendo que não tem medo de morrer: "Estou nas mãos de Deus".