O Senado Federal e a Câmara dos Deputados, em sessão conjunta, fizeram hoje uma homenagem a dom Aloísio Lorscheider, falecido no dia 23 de dezembro de 2007.
A sessão foi presidida pelo primeiro secretário do Congresso, Osmar Serraglio. Constituíram a mesa, além de Serraglio, os senadores Pedro Simon e Tarso Jereissati; o deputado Mauro Benevides; o provincial dos Franciscanos do Sul, frei João Inácio Müller; o arcebispo emérito de Brasília, cardeal José Freire Falcão e o arcebispo de Aparecida (SP), dom Raymundo Damasceno Assis, que representou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Também representaram a Conferência o assessor político da instituição, padre José Ernanne Pinheiro e o subsecretário geral, padre José Luiz Majella.
Serraglio fez um breve histórico da vida de dom Aloísio, destacando a humildade e a luta do arcebispo. “Dom Aloísio, apesar dos altos cargos, foi um homem simples, que sempre esteve ao lado dos mais humildes e oprimidos”, destacou. “O Brasil ficou certamente mais pobre com o passamento de dom Aloísio. Estamos cada vez mais carentes de homens como ele”, acrescentou.
Para o senador Tarso Jereissati, dom Aloísio foi um homem de oração, mas também um homem de ação. “Para dom Alosísio, o verdadeiro amor ao próximo se traduzia em atitude”. Já o deputado Ciro Gomes falou sobre a gratidão do povo cearense para com dom Aloísio, que também foi arcebispo de Fortaleza. “Devemos muito a dom Aloísio”, afirmou.
“A Igreja perdeu um vulto exponencial, e o país um filho notável, cuja memória haverá de ser sempre lembrada por todos nós e pelas gerações vindouras”, destacou o deputado Benevides.
A senadora Patrícia Saboya lembrou a atuação de dom Aloísio durante o regime militar, inclusive junto à Comissão Bipartite, que de forma oficiosa, reuniu representantes religiosos e militares para dialogar e encontrar possíveis soluções no impasse imposto pela ditadura. “Em período de silêncio, dom Aloísio levantou a sua voz para abordar o mais terrível dos temas: a tortura. Dom Aloísio foi um dos principais defensores dos direitos humanos”, recordou.
O papel desempenhado por dom Aloísio na luta pelos direitos humanos no Brasil foi lembrado por todos os parlamentares, bem como o seqüestro que sofreu durante visita a um presídio de Fortaleza em março de 1994.
Já o senador Pedro Simon recordou a indicação de dom Aloísio ao pontificado. “O que passa pela cabeça de uma pessoa quando é indicada para ser papa?”, questionou Simon. E acrescentou que “embora dom Aloísio não tenha sido eleito papa, recebeu o voto do papa eleito”.
O senador ressaltou ainda que nada alterava a humildade franciscana de dom Aloísio e que o arcebispo nunca abandonou sua opção preferencial pelos pobres. Para Simon, “personagens como dom Aloísio não morrem. Ao fazer história, tornam-se imortais”.