Respeito

Dia da Consciência Negra é celebrado em todo o Brasil

Data foi criada em 2003, e que conscientizar sobre o respeito e a igualdade

Denise Claro
Da redação

Nesta terça-feira, 20, é comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, que lutou para preservar a identidade do negro, o modo de vida dos africanos escravizados que conseguiam fugir da escravidão.

A criação do dia começou a acontecer em 2003, quando ficou determinado, através da Lei nº 10.639, que determinava a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar, e fixando no calendário das escolas, o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra.”

Em 2011, a data foi oficializada, em todo o Brasil. Mesmo não sendo feriado nacional, constitui feriado municipal em mais de mil cidades brasileiras.

Para professor, data deve promover uma discussão sobre os negros / Foto: Arquivo Pessoal

O Doutor em Memória Social, Professor Mário José Dias, ressalta que mais do que um feriado, o objetivo desse dia é promover uma ampla discussão no Brasil sobre o respeito das pessoas, independentemente da cor da pele:

“Palmares representava este lugar, um lugar de respeito à vida, à liberdade e à dignidade das pessoas. É preciso fazer memória de que no Brasil desde a época da abolição, havia um grupo forte a favor da segregação racial no país. Um grupo que considerava o negro, o índio e o imigrante como a causa do atraso da nação. Inclusive em 1926 houve a publicação da Identidade Nacional, que afirmava isso.”

O especialista afirma que a data pode representar muita coisa e nada ao mesmo tempo.

“Se não houver esse debate e esse esclarecimento, essa data não servirá para a conscientização da sociedade. Mas se for entendido que ainda podemos escrever a história, da riqueza cultural do Brasil, então essa data não terá sido em vão.”

Sobre o presente e o futuro, ao ser questionado, Prof. Mário diz acreditar que a sociedade brasileira já experimentou avanços, no sentido de oportunidades e também no ‘incomodar’ a população em relação às questões relacionadas ao preconceito, mas que ainda há muito a se caminhar:

“O problema é que os brasileiros não aceitam muitas vezes que haja essa cultura da desigualdade no país. Ainda há pouco acesso dos negros à educação, cultura e ao lazer. Há uma dificuldade muito grande de ascensão social. É preciso garantir condições de fato, por meio de políticas públicas, para que a igualdade aconteça. Não há como pensar numa igualdade racial e social em condições desiguais.”

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