A mostra apresenta, através de fotos, pinturas e videoinstalações, o olhar artístico de Oskar Metsavaht sobre o Cristo Redentor
Da redação, com Arquidiocese do Rio de Janeiro
A reabertura do Museu Histórico da Cidade, na Gávea, será marcada pela exposição “Cristo Redentor – Divina geometria”, de autoria do artista Oskar Metsavaht, que ficará em cartaz a partir desse domingo, 17, até o dia 2 de outubro, sempre de terça-feira a domingo, das 10h às 17h.
A mostra apresenta, através de fotos, pinturas e videoinstalações, o olhar artístico de Oskar Metsavaht sobre o Cristo Redentor. A exposição é resultado de uma pesquisa artística, arquitetônica e conceitual sobre o monumento, que surgiu a partir de um convite da Arquidiocese do Rio de Janeiro, da cooperação da representação brasileira da Unesco e do patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Municipal de Cultura.
O artista, que já interpretou em outras exposições ícones como o calçadão de Ipanema, a tribo indígena Ashaninka e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, fez uma leitura contemporânea do monumento:
“Tive total liberdade de criação para compor cada obra, o que me permitiu percorrer caminhos diversos. Inspirado em sua arquitetura, sua pioneira construção e em sua simbologia espiritual e religiosa. A estátua, um dos primeiros monumentos de concreto armado realizados com esta técnica, definiu parte de nossa arquitetura modernista nas décadas seguintes. Também pesquisei a interpretação da imagem do Cristo pelos artistas góticos e renascentistas”, concluiu.
“Cristo Redentor – Divina geometria” também revela curiosidades desconhecidas do público, como o fato de a construção do Cristo Redentor ter sido um projeto precursor do financiamento coletivo (crowdfunding). Em 1921, a Igreja conclamou paróquias, devotos e cariocas das mais variadas classes para fazerem doações e, assim, arrecadou a verba necessária para colocar de pé o grandioso projeto.
Entre as curiosidades descobertas está a informação de que o monumento do Cristo Redentor contém milhares de pequenos mosaicos de pedra-sabão. Cada um representa uma pessoa ou família, oriunda de diferentes classes sociais, que contribuiu com doações ou trabalho para as obras. Colados sobre folhas de papel, eram feitos manualmente por voluntárias.
Através dessa informação, surgiu a ideia de colocar em pauta o conceito de tecido social, que é uma ferramenta para descrever e compreender as inter-relações sociais que perpassam toda e qualquer sociedade. Para debater todas estas vertentes e resgatar este conceito que permeou a construção do Cristo, bem como demonstrar sua utilidade para análise da atual conjuntura, será realizado um seminário, com data a definir. Na programação, haverá painéis de debates que terá a presença de representantes de diversos setores da sociedade, como do meio científico, das comunidades, do meio ambiente, do setor cultural e artístico.
O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ) foi criado em 1934 pelo então prefeito Pedro Ernesto, com o objetivo de abrigar objetos representativos que interessavam à história da cidade. O museu conta com um acervo de aproximadamente 24 mil peças entre fotografias, aquarelas, gravuras e litogravuras. O público visitante poderá consultar o seu acervo através de tablets oferecidos pela administração.
A Capela São João Batista, com painéis do pintor baiano Carlos Bastos, também será reaberta para visitação. No novo site do MHCRJ o internauta poderá visitar uma exposição virtual de aproximadamente 200 peças, além de conhecer a história da construção do Conjunto Arquitetônico e do Parque da Cidade.
A mostra “Cristo Redentor – Divina geometria” tem entrada franca. O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro fica na Estrada Santa Marinha, s/nº, no Parque da Cidade.