“Essa crise levará a uma passagem de amadurecimento, sem dúvidas”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo
Da redação, com Rádio Vaticano
Diante do panorama de incertezas que se apresentam no cenário político brasileiro, o Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Odilo Scherer, defende a liberdade pacífica de manifestação e diz que a crise é uma oportunidade para que o Brasil amadureça politicamente:
“O que nós pedimos a todos é: calma, prudência e serenidade. Mas ao mesmo tempo que cada um tenha toda a liberdade e firmeza em se manifestar democraticamente, se manifestar pacificamente. Eu acho que é sim um momento de amadurecimento do convívio político brasileiro e de uma passagem: essa crise levará a uma passagem de amadurecimento, sem dúvidas. Um amadurecimento político da sociedade em que a sociedade, através de suas organizações, dos seus grupos espontâneos, está querendo participar e não deixar que as coisas se resolvam por, digamos assim, conchavos palacianos”, disse o arcebispo de São Paulo.
Resumo dos fatos
A crise política que atinge no Brasil ganhou novo impulso nessa quarta-feira, 17, quando o Palácio do Planalto anunciou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria o novo ministro da Casa Civil.
Na tarde de ontem, horas depois desse anúncio oficial, o Juiz Sérgio Moro levantou o sigilo da Operação Lava Jato e divulgou conversas entre o ex-presidente Lula, Dilma, representantes do Governo e outros contatos. Lula estava com telefones grampeados pela Polícia Federal, por ser investigado na Operação Lava Jato.
Na manhã desta quinta-feira, 17, o ex-presidente assumiu oficialmente o Ministério da Casa Civil em cerimônia oficial no Palácio do Planalto. Mas a posse foi suspensa temporariamente por meio de liminar do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal, atendendo a uma ação popular.
Em algumas cidades do país, manifestantes protestam desde a tarde desta quarta-feira, 16, contra a nomeação de Lula para a Casa Civil, o Governo e em apoio ao Juiz Sérgio Moro. De outro lado, há também manifestações apoiando o Governo Dilma e a chegada do ex-presidente na pasta.