3ª edição

Copa de Integração dos Refugiados utiliza futebol para inclusão

Refugiado que organiza o evento acredita que o futebol auxilia na divulgação da situação dos refugiados no Brasil

Monique Coutinho
Da Redação

“Refugiado, espaço, oportunidades” é o tema da 3ª edição da Copa de Integração dos Refugiados, que acontece no Sesc Itaquera, em São Paulo. As eliminatórias, semifinal e final começam neste domingo, 10, e acontecem também nos dias 16 e 17 de julho. A Copa envolve 26 times de diferentes nacionalidades desde maio desse ano. 

Copa dos Refugiados

“Refugiado, espaço, oportunidades” é o tema da 3ª edição da Copa de Integração dos Refugiados / Fonte: Facebook da Copa

O evento tem como maior objetivo criar uma solidariedade entre os refugiados e lutar contra os preconceitos e discriminação existentes contra eles. A Copa contará também com muita música e oferecerá atividades paralelas para as mulheres e crianças refugiadas. 

Apoio da Cáritas

A Caritas Arquidiocesana de São Paulo auxilia os refugiados na organização da Copa, desde a primeira edição. A instituição auxilia na autonomia dos refugiados para que, cada vez mais, possam ser protagonistas do movimento. De acordo com a coordenadora do Centro de Referência para Refugiados de São Paulo, Maria Cristina Morelli, essa integração não é apenas por parte dos refugiados, mas também de toda a população.

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“A integração não é só por parte deles, mas para que também a cidade de São Paulo, os órgãos públicos, organizações da sociedade civil e a população da cidade tomem conhecimento de que há, na capital paulista, imigrantes em situação de refúgio, e essas pessoas não estão fugindo do seu país de origem por terem cometido um crime, mas sim para salvar suas vidas.”

Desafios enfrentados pelos refugiados

"Nós fugimos para salvar as nossas vidas”, diz refugiado / Fonte Facebook da Copa

“Nós fugimos para salvar as nossas vidas”, diz refugiado / Fonte Facebook da Copa

Diante dessa realidade, o organizador do evento e também refugiado Jean Katumba afirma que um dos maiores desafios enfrentados é compartilhar a dor que sentem, uma vez que ainda existem preconceitos dos brasileiros para com eles.

“A maioria pensa que a gente fugiu da fome para vir ao Brasil, que aqui vai acabar a fome de todo mundo. As coisas não são assim. Nós fugimos para salvar as nossas vidas.”

Katumba, que é congolês e está no Brasil com a sua família há quatro anos, acredita que o futebol é um esporte que auxilia na divulgação da real situação dos refugiados, dialogando diretamente com a mídia e com diferentes lugares e culturas, incluindo o Brasil. “Para mim, o jogo de futebol é uma coisa que ronda as pessoas, independente de qualquer coisa, seja religião ou nacionalidade, ele envolve a todos”. 

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Para reverter a situação do preconceito, a Caritas se dispõe como motivadora e animadora do evento, apoiando-os e motivando a fazer a Copa acontecer. “A Caritas motivou e organizou, junto com os refugiados, a primeira Copa. Hoje, ela tem um papel mais de motivadora, de animadora e de fazer com que esse evento se torne público também, apoiando os refugiados para fazerem o movimento acontecer. O papel da Caritas é de apoiadora deste evento”, afirma Maria Cristina.

Além de motivar, a Caritas oferece seus espaços físicos para reuniões, envolvendo a coordenação, times e parceiros. “A Caritas abre suas portas para ajudá-los a promover a Copa efetivamente, para que possam fazer reuniões, motivando também seus próprios parceiros Caritas, a participar da Copa também”.

Mudança de nome

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O nome do evento passou de Copa dos Refugiados para Copa de Integração dos Refugiados / Fonte: Facebook da Copa

Este ano, houve uma alteração no nome do evento, passou de Copa dos Refugiados para Copa de Integração dos Refugiados, para impactar a inclusão deles no país. Maria Cristina afirma que as pessoas já reconhecem a atividade e, cada vez mais, estâncias públicas estão se envolvendo, o que amplifica ainda mais o assunto.

“Essa Copa é bem conhecida (…), e tem envolvido cada vez mais secretarias (Secretaria dos Direitos Humanos, Secretaria do Esporte, Secretaria da Ciência Social). Isso é bastante importante, porque torna essa atividade algo de compromisso e responsabilidade de todos nós no município de São Paulo.”

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