Tema do Mês Missionário Extraordinário é “Batizados e Enviados: A Igreja de Cristo em Missão no Mundo”
Denise Claro
Da redação
A Igreja em todo o mundo inicia nesta terça-feira, 1º, o Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco em 2017. No Brasil, a abertura oficial acontece com uma Missa no Santuário Nacional, em Aparecida, presidida pelo presidente da Comissão da CNBB para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, Dom Odelir José Magri. No Vaticano, o Papa Francisco rezará a oração das vésperas às 13h (horário de Brasília) para marcar a abertura do mês.
A proposta de Francisco com essa iniciativa é despertar em medida maior a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Um acontecimento eclesial de grande importância que abrange todas as Conferências Episcopais, os membros dos institutos de vida consagrada, as sociedades da vida apostólica, as associações e movimentos eclesiais.
O tema do Mês Missionário é “Batizados e Enviados: A Igreja de Cristo em Missão no Mundo”, e tem a particularidade de ser celebrado em todos os países de todos os continentes, não somente pela Igreja no Brasil, que tradicionalmente já dedica esse mês às missões todos os anos. Nesses outros países, celebra-se apenas o Dia Mundial das Missões, no penúltimo final de semana do mês de outubro.
O diretor das Pontifícias Obras Missionárias, padre Maurício da Silva Jardim, explica que, para o Brasil, também é uma oportunidade diferente, tanto pelo fato de ser uma convocação do Papa Francisco, quanto por celebrar o centenário da Carta Apostólica Maximum Illud, do Papa Bento XV, que trata da missão além fronteiras.
“Ele é extraordinário para nós no sentido que a preparação também já começou anterior a este mês, e ganhou um maior impulso eclesial na Igreja do Brasil. Muitas iniciativas, muitas dioceses estão preparando congressos missionários, cursos; há dois símbolos que estão percorrendo as paróquias e comunidades: a cruz missionária e a bandeira. Cada diocese recebeu a cruz, recordando o quinto congresso missionário americano e também recebeu uma bandeira com o logo missionário, com o tema impresso. Símbolos significativos que fazem memória dos congressos americanos e dão também continuidade a esse tema”.
Campanha Missionária
A CNBB, no dia 17 de setembro, lançou a Campanha Missionária junto aos bispos e assessores, com uma exposição de ‘rostos da missão’.
“A exposição mostrou missionários e missionárias brasileiros que estão além fronteiras, dedicando sua vida em outros territórios de missão. Num mundo marcado por tanta polarização, por tanto ódio, tanta violência, nós temos tantos missionários que estão doando a sua vida levando a paz, promovendo a vida, a cultura do encontro, a proximidade, testemunhando e levando o evangelho de Jesus Cristo a tantas pessoas. Estão construindo pontes”, afirma Padre Maurício.
Dentre os rostos apresentados na mostra, estavam bispos, religiosos e leigos em diferentes países e continentes.
Missionariedade no Brasil
Padre Maurício recorda que a Igreja no Brasil já vive esta experiência de missionariedade há muitos anos, mas que agora, com o pedido do Papa, esta se intensificou.
“Temos projetos de igrejas irmãs, uma diocese que envia para outra diocese do Brasil, uma cooperação entre igrejas. São também Congregações, Institutos seculares, Novas Comunidades que enviam, regionais da CNBB. A própria CNBB tem um projeto com o Timor Leste, com Guiné-Bissau, que envia professores. A Conferência dos Religiosos do Brasil tem projetos no Haiti, em Moçambique, os Regionais-sul 1, 2 e 3 tem projetos missionários. É uma imensidão de iniciativas que temos no Brasil que demonstra um crescimento da consciência missionária, que é um dos objetivos do Papa Francisco para este mês extraordinário.”
Mês Missionário continua
O mês missionário tem uma abertura, mas não tem um encerramento. A missão não termina no dia 31 de outubro. Padre Maurício lembra que o cristão está em estado permanente de missão. Cada católico é convidado a participar por meio de um gesto concreto. Os fiéis podem ajudar por meio de três formas de cooperação missionária: a oração, a oferta concreta material e a saída missionária.
“Tudo começa com a oração, a primeira obra é rezar pelas missões. Propusemos para as paróquias uma vigília missionária. No Dia Mundial das Missões, nas missas dos dias 19 e 20 de outubro, os fiéis podem dar sua contribuição material, uma oferta concreta. E ao longo do mês realizar visitas missionárias às pessoas mais carentes, doentes, necessitadas”, explica o sacerdote.
Em todas as missas e celebrações haverá a coleta missionária, que ajuda outros povos, outros países mais necessitados. Essa coleta não fica na paróquia, na diocese, ela é entregue para as Pontifícias Obras Missionárias, que a administram e enviam 80% ao Vaticano, para ser distribuído nas regiões mais pobres do mundo.
O mês missionário continua depois de outubro, e está muito conectado com as Novas Diretrizes de Ação Evangelizadora no Brasil, que é formar pequenas comunidades eclesiais missionárias, animadas pela Palavra de Deus, pela Eucaristia, pela caridade fraterna e pelo gesto concreto também.
“A missão se faz nos joelhos das pessoas que rezam, nas mãos que partilham e dos pés que partem”, conclui Padre Maurício.