Vocação em debate

Congresso Vocacional: ‘precisamos ajudar a discernir’, afirma coordenador

De 5 a 8 de setembro, Aparecida sediará a 4ª edição do Congresso Vocacional do Brasil, evento celebrado pela Igreja

Thiago Coutinho
Da redação


Em agosto, a Igreja, no Brasil, celebra a vocação. Sendo assim, a Igreja pede que as comunidades, paróquias e todo o corpo eclesiástico reflitam em torno do tema desta quarta edição do Congresso Vocacional do Brasil, que será realizado de 5 a 8 de setembro no Centro de Eventos do Santuário Nacional Nossa Senhora de Aparecida, em Aparecida (SP). O tema desta edição será “Vocação e Discernimento”.

“Este 4º Congresso Vocacional acontece como uma consequência natural, bonita e história da caminhada vocacional do Brasil”, explica o padre Elias Silva, Coordenador Nacional da Pastoral Vocacional e também do Congresso. “Seguindo os passos das três edições anteriores, ele surge como uma consequência natural desta história. Queremos chamar a atenção não só dos participantes, mas da Igreja no Brasil e da necessidade urgente da questão vocacional”, acrescenta.

Para o religioso, é essencial que a Igreja volte, neste momento, suas atenções aos jovens e àqueles que estão na caminhada cristã. “Precisamos ajudá-los a discernir. Por isso, a grande mensagem do Congresso é que, no Brasil, as nossas comunidades formadas por leigos, sacerdotes, religiosos, bispos e consagrados, isto é, o povo de Deus, unam-se em torno das orações e promoção das vocações”, pondera o padre.

O despertar nos jovens

Num mundo cada vez mais desigual e centrado no materialismo, a vocação cristã se torna cada vez mais difícil ― mas longe de ser impossível. “O despertar de uma vocação acontece quando há um questionamento sobre a busca de sentido”, avalia o padre Elias. “Por mais que o mundo pregue o materialismo e, talvez, um vazio de sentido transcendental, esse despertar vem num momento de crise, e o jovem se questiona de tudo aquilo que vive ou está vivendo”, afirma.

Quando essas indagações surgem, é ali que a Igreja tem de atuar. “Neste momento há um clamor por algo maior e, cabe a nós, animadores vocacionais e cristãos, mostrar a eles que há um motivo pelo qual o jovem está aqui, existe um sonho de Deus para que você esteja aqui. Imagino que é neste momento de crise, neste momento caótico que surge o despertar para uma vocação específica”, considera o religioso.

A escolha do tema

Segundo padre Elias, a escolha deste tema se deu desde o último Sínodo dos Jovens. “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, uma das fontes para esse Congresso. “O tema do discernimento, bem como o tema vocacional, cabe a todas as pessoas, a todos os jovens. Eles se colocam diante de Deus, num processo de busca para fazer a Sua vontade e, neste momento, são convidados a confrontarem-se consigo, fazendo aquela famosa pergunta: ‘Senhor, o que queres de mim?’”.

Esse tema, segundo o coordenador do Congresso, abarca todos os filhos de Deus e os traz a exercer essa vocação, seja na forma em que ela se manifestar. “Não sabemos qual será e nem é algo específico à vida sacerdotal ou à religiosa. Precisamos, inclusive, fazer um grande esforço hoje em dia para que nossas famílias nasçam de um discernimento vocacional”, diz.

Por que Aparecida?

O evento espera um público estimado de 650 pessoas ― e o Centro de Eventos do Santuário Nacional Nossa Senhora de Aparecida tem uma estrutura mais do que razoável para receber todos os que participarão do Congresso.

“Além das questões práticas, geográficas, já que ali há um acesso fácil, há o significado mais do que especial por se tratar da Casa de Maria, a vocacionada. Vamos à terra de Maria, ouvir o Seu Sim e nos espelhar. É uma motivação a mais”, defende o padre.

A aplicação do que for discutido

Os frutos do Congresso serão estabelecidos nas diferentes realidades eclesiais. Mas isso só será feito após o texto final estar pronto e redigido. Além disto, haverá ainda outros encontros, classificados como pós-Congressos Vocacionais. “Em que cada realidade, a partir do texto-base, será definida prioridade dentro de suas realidades”, finalizou.

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