Repercussão

"Compartilhe a Viagem" é oportunidade de crescimento, afirma Irmã Rosita

Diretora do Instituto de Migrações e Direitos Humanos reforçou apoio do IMDH junto ao apelo mundial da Campanha

Julia Beck
Da redação

“Será uma oportunidade de crescimento e de vida”, declarou a diretora do Instituto de Migrações e Direitos Humanos, IMDH, Irmã Rosita Milesi, sobre a nova campanha da Caritas Internacional – “Compartilhe a viagem”. Lançada hoje no Vaticano pelo Papa Francisco, a campanha busca promover o acolhimento de migrantes e refugiados. 

“Esperamos que a Campanha venha a ser uma grande oportunidade de sensibilização da sociedade, de abertura aos refugiados e de mais esforços, atenção e dedicação dos países para acolher os migrantes e refugiados e dar-lhes uma oportunidade real e efetiva de encontrarem um novo lar, uma pátria, um espaço de integração e reconstrução de sua vida” afirmou a Irmã.

Segundo dados do IMDH, são mais de 20 milhões de refugiados e refugiadas no mundo, sendo a grande maioria mulheres e crianças que enfrentam, diariamente, dificuldades diante de novos contextos e sociedades.

Acesse
.: Outras notícias sobre a crise de refugiados

A campanha, que terá duração de 2 anos, dará maior visibilidade ao drama vivido por pessoas e famílias inteiras de migrantes e refugiados. A ação é vista pela Irmã Rosita como uma iniciativa de mobilização social que ajudará não só a população, a Igreja e as comunidades, mas também governos e governantes a perceberem o sofrimento de milhares de deslocados atingidos pela violência e expulsos pelas guerras e conflitos. “É preciso cessar as causas que forçam as pessoas a se deslocarem e buscar um pouco de paz a de segurança,” completou a religiosa.

A diretora do IMDH, Irmã Rosita Milesi / Foto: Arquivo CNBB

Principais dificuldades dos migrantes e refugiados

O IMDH identificou e elencou, após diagnóstico, as principais problemáticas encontradas pelos migrantes e refugiados ao chegarem a novos países. Segundo informações disponibilizadas pela diretora do órgão, a burocracia — custos e a falta de informações sobre documentações — é o problema central, seguido de ataques violentos e xenofóbicos, falta de amparo e a falta de locais de acolhida.

Em âmbito nacional, a ausência de cursos de português, desemprego, os altos custos dos aluguéis e a exploração de quem os dá abrigo, estão entre as situações encontradas pelas pessoas que chegam ao Brasil fugidas de seus países. A política de integração é tímida, segundo Irmã Rosita, o que desencadeia a falta de oportunidades e ocupações. O apoio psicológico aos imigrantes é outra necessidade apontada pelo IMDH, no Brasil.

Iniciativas do IMDH

A entidade social sem fins lucrativos, IMDH, atua na defesa dos direitos, na assistência social, jurídica, humanitária e religiosa, e na integração social e inclusão em políticas públicas de migrantes e refugiados, com foco nos que estão em situações de maior vulnerabilidade.

Sediado em Brasília, para ajudar a aprimorar o atendimento aos refugiados no país, o instituto articulou a “Rede Solidária para Migrantes e Refugiados” (RedeMiR). A RedeMiR é de âmbito nacional e envolve em torno de 60 entidades da sociedade civil, do norte ao sul do país. Essas entidades trabalham partilhando práticas, experiências, lições aprendidas e somando esforços de incidência junto às esferas governamentais e políticas.

Com uma rede que oportuniza o fortalecimento das capacidades de agentes que atuam em todo o Brasil, o IMDH acolhe migrantes e refugiados em diversos pontos nacionais. Os eixos de atuação do instituto são: integração econômico-laboral (colocação no mercado de trabalho), assistência social (apoio financeiro de emergência por meio da concessão de bolsa subsistência) e acompanhamento do processo de refúgio e documentação (entrevistas de elegibilidade para solicitantes de refúgio, pareceres e defesa dos casos).

O IMDH desenvolve ainda projetos específicos que buscam atender as necessidades de mulheres e crianças em diversas áreas, são os projetos, “Mulheres que Inspiram o Mundo” (promove o protagonismo das mulheres refugiadas) e “Crianças Sem Fronteiras” (acompanha crianças refugiadas residentes no DF).

Leia também
.: Vencer preconceito é fundamental para acolhida de refugiados, diz diretora do IMDH

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo