Especialista dá dicas para minimizar os efeitos da crise
André Prado*
O que provocam as crises?
As crises econômicas há tempos afetam a humanidade. Algumas delas geraram efeitos tão marcantes que receberam destaques em livros de História Econômica. Elas sempre ocorreram em vários países do mundo afetando-os em menor ou maior escala. Países desenvolvidos e empresas mais sólidas com uma melhor estrutura econômica conseguem sobreviver com menos impactos às crises.
Isto também acontece com as pessoas que se encontram nas classes sociais mais abastadas, sofrendo menores impactos financeiros por terem mais recursos para se recuperarem. Existe um dito que circula no mundo dos investidores que reza: “Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta“. Em suma, aqueles que carregam seus ovos em apenas uma cesta, se acontecer algum problema poderão perder todos os ovos.
Em outras palavras, os bons investidores diversificam suas aplicações. Caso alguns mercados apresentem instabilidade, outros poderão ter melhores rendimentos por estarem mais estáveis.
As crises geralmente criam o que denominam de “efeito dominó”. Isto acontece devido à globalização e as relações internacionais entre países, como ocorreu, por exemplo, em 1929 e 2008. Elas podem ser geradas por diversos fatores, como: desaceleração mundial, guerras, endividamento de países, instabilidade financeira, superprodução, bolhas especulativas, má gestão pública e assim por diante.
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Acontece que quando alguma instabilidade econômica ocorre, as empresas reduzem o mais rápido possível o ritmo da produção de bens e serviços. Também diminuem os seus custos muitas vezes optando pela demissão de colaboradores. Nesta ocasião, cada organização tem sua política de cortes.
Quando a demissão é inevitável, comumente, as organizações optam por manter empregados os colaboradores que apresentam melhores resultados, dominam tecnologias, são mais produtivos, mais eficientes e competentes. O motivo é que os que permanecem têm de manter os principais serviços corporativos funcionando e ainda terão de tentar suprir as atividades anteriormente executadas pelos demitidos.
Após o desligamento, parte considerável dos desempregados tentará a recolocação imediata. Mas dependendo da atualização de seu currículo para o mercado de trabalho ou até mesmo da dimensão da crise, não obterá êxito na jornada. Outra parte tentará montar um negócio próprio com os valores recebidos de suas rescisões trabalhistas. Entretanto, muitos levarão a empresa à bancarrota em pouco tempo. Parte significativa destas falências ocorrerá pelo fato de que muitos destes proprietários não possuem conhecimento de gestão, e, por conseqüência, não sabem administrar empreendimentos.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), metade das empresas fecha as portas no Brasil em quatro anos. Sim, o índice de mortalidade de empresas brasileiras é algo que impressiona. Na verdade, criar um negócio e capitalizá-lo é algo considerado como investimento de alto risco. No entanto, cabe lembrar que nos riscos mais elevados é que existe a possibilidade de se obter os maiores ganhos.
Driblando as crises
Como as crises sempre surgirão em um dado momento, existem ações que podem ser realizadas para minimizá-las. Assim como os países e as empresas buscam diminuir seus custos na crise, as pessoas também devem reduzir seus gastos. O controle financeiro deve ser adaptado à nova realidade.
Com o mercado instável, pode ocorrer a perda do poder aquisitivo, inflação, aumentos de juros e uma série de adversidades. Nas organizações, em tempos de calmaria, é possível aproveitar as fases de marasmos para preparar a organização para voltar a ser competitiva. É o momento dos profissionais se unirem na superação das ameaças e aproveitamento das oportunidades. Afinal, as crises podem trazer oportunidades aos olhares mais empreendedores.
É importante saber que as crises são cíclicas. Elas surgirão, passarão e em determinado momento voltarão. Existe um provérbio que menciona o seguinte: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Por analogia, esta citação pode ser bem adaptada às crises. Quando a economia estiver boa demais, fique atento porque isto não durará para sempre.
Em contrapartida, em determinada situação, a estagnação da crise irá embora e dará novamente lugar ao crescimento. Inclusive, investidores atentos observam principalmente os finais da crise. Aproveitam a ocasião para apostar ou investir em determinados negócios ou ações mais acessíveis com possibilidade de maiores ganhos após o restabelecimento do cenário econômico.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br