Dignidade

Combate ao trabalho escravo bate recorde de fiscalizações em 2021

Dia 28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

Da redação, com Agências

Dia 28 de janeiro é o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo/ Foto: Hussain Badshah via Unsplash

Nesta sexta-feira, 28, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Em 2021, o combate ao trabalho escravo bateu recorde de fiscalizações: quase dois mil trabalhadores foram resgatados em condições de trabalho análogas à escravidão. Os dados são da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).

Minas Gerais lidera o ranking entre os Estados, com 768 resgatados; mais do que o dobro do segundo colocado, Goiás, com 304. Ao longo de 27 anos, 57.644 trabalhadores foram resgatados no Brasil. Após as operações, os trabalhadores receberam verbas salariais e rescisórias.

Mais de 1.800 crianças e adolescentes foram registradas pela inspeção em situação de trabalho infantil. Quase a metade delas, 48%, exerciam atividade elencada na lista TIP, a de piores formas de trabalho infantil.

Assim como no balanço anterior, a maior parte das operações de resgate aconteceram no trabalho rural: 89% das pessoas foram resgatadas no meio; 11%, no trabalho urbano; 27 dessas pessoas estavam no trabalho doméstico.

Papa pede dignidade no trabalho

O Papa já pediu em diversas ocasiões atenção à esta questão. No dia de São José Operário, em 2020, Francisco falou sobre a dignidade do trabalho e pediu orações pelos trabalhadores. 

“Para que não falte trabalho a nenhuma pessoa e todos sejam justamente retribuídos e possam gozar da dignidade do trabalho e da beleza do repouso”.

O trabalho dá a dignidade. Dignidade tão espezinhada na história, frisou o Santo Padre. Segundo Francisco, também hoje há muitos escravos, escravos do trabalho para sobreviver: trabalhadores forçados, mal pagos, com a dignidade espezinhada. 

“Tira-se a dignidade das pessoas”. Também aqui onde estamos acontece – observou o Papa – com os trabalhadores diaristas com uma retribuição mínima por muitas horas trabalhadas, com a doméstica a quem não se paga o justo e não tem as seguranças sociais e a aposentadoria. ‘Isso acontece aqui: é espezinhar a dignidade humana'”.

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