CNBB

Coletiva de Imprensa abordou temas da 56ª Assembleia da CNBB

Primeira Coletiva de Imprensa da 56ª Assembleia Geral dos Bispos teve a presença de Dom Jaime Spengler, Dom João Bosco e Dom Geraldo Lyrio da Rocha

Denise Claro,
Enviada a Aparecida (SP)

Bispos reunidos na primeira coletiva de imprensa desta 56ª Assembleia Geral da CNBB./ Foto: Denise Claro

Na tarde desta quarta-feira, 11, bispos reunidos na 56ª Assembleia Geral da CNBB atenderam à imprensa em entrevista coletiva para apresentar o tema central da reunião deste ano de 2018 “A Formação de Novos Presbíteros”, o objetivo e significado da  Assembleia dos Bispos, e a CNBB e a Igreja no Brasil (relação e distinções).

Estavam presentes na coletiva o coordenador da equipe que elaborou o texto sobre o tema central, Dom Jaime Spengler, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e arcebispo de Porto Alegre (RS), o presidente da Comissão Episcopal para a Família, Dom João Bosco Barbosa, bispo de Osasco (SP) e o membro da Comissão para Textos Litúrgicos (Cetel), dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG).

Dom Darci José Nicioli, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação deu as boas vindas aos jornalistas e aos bispos.

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Dom Geraldo Lyrio Rocha iniciou a coletiva falando sobre a dinâmica da Assembleia e explicando que a CNBB vive esses dias em clima de trabalho mas também em clima de oração.

“A CNBB não é uma ONG, não é um Parlamento, não é um organismo da sociedade civil e nem da Igreja. É a Assembleia que congrega os pastores da Igreja Católica do Brasil, por isso para nós ela é antes de tudo um evento eclesial. Esta é a nota, a característica, a identidade da nossa Assembleia.”

Dom Geraldo explicou que o evento é um momento em que os pastores da Igreja estão voltados às outras igrejas, numa atitude de diálogo, e como pastores atentos às necessidades do nosso povo, para o país.

Sobre os temas que serão discutidos nos dez dias de trabalho, o Arcebispo destacou que além do tema central, que é a formação dos presbíteros, os bispos tratarão da presença da Igreja nos ambientes urbanos, o Ano do Laicato, e os Sínodos da Amazônia e da Juventude, e também em relação a preocupações sociais e políticas:

“Também pretendemos dirigir uma mensagem sobre o Ano Eleitoral que estamos vivenciando no Brasil, uma palavra da Igreja que possa ser orientadora para os cristãos e todos aqueles que acolheram o exercício da grande responsabilidade de expressão de participação nos destinos da nação através do voto.”

Tema Central: Formação do Clero

Dom Jaime Spengler falou sobre o tema central da 56ª Assembleia Geral, “A Formação dos Novos Presbíteros”, lembrando que a adaptação será elaborada a partir das atuais diretrizes para a Igreja no Brasil de acordo com as novas exigências para a formação dos sacerdotes, feitas pelo documento da Congregação do Clero em 2016 e pela pessoa do Papa Francisco.

“A comissão já se reuniu algumas vezes, e as revisões têm sido sempre enviadas aos bispos. A comissão recolhe e vai reelaborando. Na tarde de hoje os bispos receberam a terceira versão do texto e será analisada neste encontro. O texto aborda a formação inicial, pensamos na formação dos seminaristas, mas também outro âmbito importante é a formação continuada, a formação permanente. A partir de amanhã já se começará a discutir em grupos e em plenária este texto”, afirmou Dom Jaime.

Após a coletiva, ao ser perguntado sobre o que mudaria na formação dos sacerdotes, o Arcebispo respondeu:

“A verdade é que os tempos mudam, e as exigências também são novas. As exigências levam a mudanças no modo formativo. Antigamente nossos seminaristas vinham de áreas rurais, vinham adolescentes. Hoje vem de áreas urbanas, adultos, e muitos candidatos vem de situações familiares difíceis. Hoje, por exemplo, percebemos a necessidade de cada candidato ter um acompanhamento individual. É difícil dizer o que precisa mudar, mas tempos novos precisam de um processo formativo novo.”

Outros Temas

Dom João Bosco destacou a importância dos outros temas que serão abordados no encontro, enfatizando que há um tema principal e outros prioritários e ainda outros que envolvem menos debates e aprofundamentos, mas estão presentes.

O bispo reforçou em sua fala que a Assembleia não pode ser comparada a uma reunião de empresa, pois nenhum assunto deve ser decidido sem que se gaste bastante tempo ouvindo a opinião dos irmãos, indo para os grupos e se chegue a uma unanimidade básica, para que a Igreja caminhe. “E essa unanimidade acontece, porque a gente tem essa convicção de que a Igreja é conduzida pelo Espírito Santo. Se trata de um evento eclesial que tende a buscar essa unidade para que a Igreja aconteça.”

Dom João Bosco apontou que temas como a análise da conjuntura será abordada, também a questão do Estado laico: “Isso é muito bom, uma conquista e deve ser mantido. Mas isso é diferente de um Estado contra as religiões, e diferente de um Estado ‘ateu’. É um Estado em que há liberdade religiosa, um Estado pluri-religioso, e que favorece as múltiplas religiões, uma questão que deve ser discutida.”

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