Neste final de semana

Cidade gaúcha sedia maior encontro de economia solidária da América Latina

24ª edição da Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) acontece neste final de semana em Santa Maria

Agência Brasil

O maior evento de economia solidária da América Latina começa nesta sexta-feira, 7, e vai até domingo, 9, em Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. A Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop) chega à 24ª edição com a expectativa de bom público: a organização estima que 250 mil pessoas de todas as regiões do Brasil e de mais 16 países participem do encontro este ano.

A realização da Feicoop é resultado do trabalho de diversas entidades e movimentos da sociedade. A organização central é do projeto Esperança/Cooesperança, ligado à Arquidiocese de Santa Maria, que começou há 30 anos e atualmente é coordenado pela irmã Lourdes Dill. Ela atribui o sucesso da feira ao modelo de desenvolvimento que é promovido no evento.

“Estamos cansados do modelo capitalista excludente, que trata as pessoas como descartáveis, que concentra riqueza e poder nas mãos de poucos e deixa a maioria à margem”, ressaltou a religiosa. “Na economia solidária todos têm vez e voz. Quem põe o pé na feira entra num clima de igualdade, de solidariedade e de fraternidade”.

As quase duas décadas e meia de Feicoop deram ao evento um formato identificado com a valorização da natureza, da vida saudável, da cooperação e do coletivo. Por isso, na feira não é permitido fumar. Também não é permitido comercializar refrigerantes, bebidas alcoólicas e, principalmente, produtos com agrotóxicos. Para a organizadora, essas medidas também ajudam a garantir a segurança.

Além da comercialização de produtos da economia solidária, a Feicoop promove seminários e trocas de informações para que os participantes saiam do encontro em melhores condições de administrar seus negócios. “É por isso que dizemos que é uma feira ‘aprendente’ e ‘ensinante’. Ela fortalece os processos organizacionais, participativos, solidários e transformadores”, afirmou a irmã Lourdes.

Investimentos

A Feicoop sofre anualmente com a falta de recursos para ser realizada. A organização da feira tenta compensar essa deficiência com o trabalho das comissões de voluntários do projeto Esperança/Cooesperança e das entidades, além da participação da Prefeitura Municipal de Santa Maria.

“O nosso desafio é fortalecer as políticas públicas para que possamos fazer uma feira mais tranquila, e não começar tudo do zero todo ano, pedindo recursos”, explicou a irmã. Ela ressaltou que esse desafio será ainda maior para o ano que vem, na 25ª edição, quando a Feicoop comemora o Jubileu de Prata.

A religiosa destacou também que boa parte do público e dos expositores faz parte da população mais humilde. Por isso, ela acredita que a feira também precisaria de um investimento para auxiliar essas pessoas a viajar ao interior gaúcho.

“As pessoas querem vir a Santa Maria. Então, faz promoções para conseguir o dinheiro”, contou Lourdes Dill. “Aqui é o ponto de encontro dos movimentos sociais, da economia solidária, das cooperativas, dos gestores públicos, das redes”, concluiu.

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