Grandes centros urbanos, como São Paulo, estão presenciando uma verdadeira dispersão de moradores para cidades vizinhas, menos violentas e com melhor qualidade de vida. Mas este êxodo pode acarretar sérios problemas como, por exemplo, o fim das áreas de mananciais.
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Enquanto o centro expandido de São Paulo está perdendo uma população equivalente ao município de Santos, no litoral, a periferia está crescendo a níveis considerados altíssimos, sendo comparada a uma cidade como Guarulhos.
Segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), entre 1996 e 2007 os bairros de alto poder aquisitivo perderam 441 mil pessoas.
Por outro lado, no mesmo período, regiões como o Grajaú, Zona Sul de São Paulo, considerada como uma área pobre, recebeu 1,2 mil novos moradores.
Estas diferenças recebem o nome de urbanização dispersa ou seja, a cidade está crescendo para onde não deveria. "As pessoas estão indo para os locais onde a terra é mais barata, ou seja, vão realizar o sonho de construir sua casa própria na periferia já que no centro fica praticamente impossível", explica a urbanista Berthelina Alves Costa.
O tema gera preocupação porque a implementação de serviços básicos, como rede de esgoto, coleta de lixo, distribuição de água e de transporte público se torna necessária.
Para que estas benfeitorias sejam realizadas é necessário um investimento alto por parte da prefeitura que agora pretende restaurar o centro antigo de São Paulo para atrair novos moradores. Com esta atitude, alguns problemas como a falta de segurança seria resolvido. "O que estamos fazendo é um estudo e criando cenários para avaliarmos quais serão as melhores medidas a serem adotadas para atrair novos moradores para a região central", explica a diretora de urbanismo da prefeitura de São Paulo, Nilza Toledo Antenor.