Neste período em que o Rio de Janeiro é palco de uma grande conferência como a Rio +20 é um momento adequado para haver uma discussão sobre a necessidade de uma mudança de paradigmas e de uma nova civilização que coloque a dignidade e o bem-estar dos homens no centro de toda a ação. Pensando nisso, membros da Cáritas Internacional se encontraram nesta segunda-feira, 18, no Auditório do Edifício João Paulo II, para refletirem sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, tendo como foco o desenvolvimento solidário.
Há alguns anos, o mundo atravessa uma crise que se caracteriza por suas dimensões sistêmicas e internacionais. Tal crise é gerada de uma conjugação de várias crises que trazem como conseqüências o aumento das desigualdades, da exclusão, da violência, etc. Frente a essa crise, a Cáritas Internacional reafirmou nesse encontro o seu enfoque no desenvolvimento integral humano solidário.
O membro da Coordenação Nacional da Cáritas Brasileira Ademar Bertucci esclareceu os pontos discutidos durante o encontro. "A proposta foi de termos um diálogo com diferentes estados, países, para levar nossas reflexões sobre as questões do desenvolvimento sustentável na perspectiva do desenvolvimento centrado no solidário, que é o que a Cáritas Internacional e os outros temos como fundamento de entender o desenvolvimento", afirmou.
As preocupações da Cáritas foram expressas em cinco temas: um futuro sem fome, um futuro com visão, um futuro de cuidados com a casa, um futuro com o novo marco econômico verde. Bertucci explicou que, apesar do tema central da Rio+20 estar relacionado à questão da economia verde, esse não é o ponto fundamental da Cáritas. "Todo o documento está se relacionando com a forma como nós encaramos a questão econômica e todo ele, independente do item ligado à economia verde, está afirmando: a perspectiva econômica de mercado não pode sobressair à perspectiva da pessoa humana", concluiu.