Com o inverno que se aproxima, diversas campanhas solidárias têm ajudado quem mais precisa
Thiago Coutinho
Da redação
O inverno começa na próxima segunda-feira, 21. É é uma estação que remete a comidas saborosas, roupas mais aconchegantes e clima propenso para dormir. Por outro lado, é também uma época muito cruel para quem vive marginalizado, sem um teto ou comida sobre a mesa. Um quadro que, infelizmente, tem-se tornado muito comum e ainda pior com a pandemia.
“Amarás ao próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39), ensinou Jesus. Levando esta máxima adiante, diversos são os exemplos de pessoas que se importam e buscam tornar mais quentes os dias frios de quem mais precisa.
Na Catedral de Tubarão (SC), por exemplo, o padre Eduardo Rocha leva adiante campanhas para arrecadação de mantimentos e agasalhos durante as missas.
Uma peculiaridade torna o trabalho conduzido por padre Eduardo ainda mais importante: sua paróquia recebe muitos imigrantes. São venezuelanos, haitianos e senegaleses que não estão habituados com o frio rigoroso da região Sul do país.
“Eles chegam aqui muitas vezes desavisados do frio que faz”, explica o sacerdote. “E essas famílias, crianças, adultos, homens, mulheres, precisam de roupas próprias para o inverno, roupas quentes”, ressalta.
Em Tubarão, o poder público dá um suporte para que o trabalho da paróquia possa ser realizado e atenda quem precisa. “Há um programa, a Rede Laço, que ajuda na captação dessas roupas. E as assistências sociais de cada município ajudam a na distribuição das famílias cadastradas. Então, o poder público aqui em Santa Catarina tem colaborado, tem sido parceiro e demonstrado grande preocupação com este serviço oferecido pela Igreja”, ressalta.
Corpus Christi: arrecadação de cobertores
Em Guaratinguetá (SP), outra iniciativa que surgiu na Solenidade de Corpus Christi. “A ideia inicial era fazer o tapete de Corpus Christi com cobertores doados pela comunidade e depois distribuir de acordo com a procura”, explicou Maria Lúcia de Souza Lino. Ela coordena a Comunidade São Judas Tadeu, que pertencente à Matriz de Santo Antônio.
Respeitando o distanciamento social e o uso de máscaras, a Igreja levou adiante este trabalho. “Recebemos mais cobertores, algumas roupas usadas desde que estejam em bom estado e limpas. Há muita procura para roupas masculinas, para essas pessoas que vivem nas ruas”, afirmou.
Motociclistas em Volta Redonda (RJ)
Em Volta Redonda (RJ), um grupo de motociclistas também resolveu pôr em prática a solidariedade.
“Muitos moradores de ruas, que estão em situação de risco em nossa cidade, ficam em abrigos ou nas ruas. Então, resolvemos fazer o bem sem olhar a quem. Contamos com ajuda de parceiros e empresários. Temos dois pontos de coleta que são divulgados em redes sociais, e tem sido uma campanha linda”, afirma Rômulo Íris dos Santos, diretor social do grupo.
Os motociclistas também levam comida a essas pessoas — sempre respeitando as exigências sanitárias impostas pela pandemia. “Todas as roupas que doamos foram higienizadas e levamos álcool em gel para os moradores de rua”, assegura Rômulo.
Além de arregimentar agasalhos e alimentos, no próximo sábado, 19, os motociclistas organizarão uma grande ação social para doação de sangue. “Mensalmente sempre realizamos uma campanha”, explica o diretor social do clube de motociclistas.
Ações solidárias têm-se multiplicado por todo o país, mostrando que a compadecimento com a dor alheia ainda se faz presente entre os brasileiros.
Durante a 58ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos divulgaram o balanço da Ação Solidária Emergencial “É tempo de cuidar”, conduzida pelo bispo de Roraima (RR) e segundo vice-presidente da CNBB, Dom Mário Antônio da Silva.
A iniciativa, engendrada pela CNBB, Caritas Brasileira e Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), alcançou mais de 1,1 milhão de pessoas, arrecadou mais de R$ 4,5 milhões e distribuiu cerca de 5,9 milhões de quilos de alimentos.