A redução das emissões florestais permitiu que o país alcançasse a meta estabelecida em 2009, durante a Cúpula do Clima de Copenhague
Agência Brasil
O Brasil atingiu este ano a meta de redução em até 38% das emissões de carbono na área florestal. O país reduziu 1,28 bilhão de toneladas de dióxido de carbono entre agosto de 2017 e julho de 2018, o que representa uma redução de 60% no volume emitido por atividades florestais.
O dado, baseado em cálculos de absorção de carbono pelas florestas brasileiras, foi divulgado na manhã desta terça-feira, 11, pela delegação brasileira durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24), que está sendo realizada em Katowice, Polônia.
Leia também
.: Medidas simples podem ajudar a diminuir poluição, afirma pesquisadora
.: OMS: 93% das crianças respiram poluição acima do recomendável
De acordo com o relatório, o setor florestal deixou de ser a maior fonte de emissão de carbono no país (já foi responsável por cerca de 75% do total de emissões anuais) e em 2018 absorveu 538 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera.
A redução das emissões florestais permitiu que o país alcançasse a meta estabelecida em 2009, durante a Cúpula do Clima de Copenhague. Na ocasião, o país se comprometeu a reduzir as emissões em torno de 36 a 38% até 2020.
Leia mais
.: Poluição mata sete milhões de pessoas no mundo
Segundo o governo brasileiro, o resultado foi alcançado devido à redução do desmatamento na Amazônia, no Cerrado e à absorção de carbono por terras indígenas e áreas verdes preservadas em reservas legais ou propriedades privadas. O registro de mais de 5,4 propriedades rurais com áreas de conservação ambiental pelo Cadastro Rural também permitiu a identificação de áreas com capacidade de absorção de carbono.
Desmatamento Cerrado
O levantamento divulgado hoje também mostra que o desmatamento do Cerrado diminuiu 11% em 2018. Segundo o governo, este é o menor nível de área desmatada desde o início da série, em 1999. O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e se estende por mais de dois milhões de Km 2. Mais da metade de sua área já foi degradada, principalmente com o avanço da fronteira agrícola.
O Brasil também anunciou pela primeira vez que foram recuperadas 9,4 milhões de hectares de vegetação nativa da Amazônia de 2004 a 2014. O governo antecipa que a área recuperada permite ao país atingir a meta de recuperar 12 milhões de hectares da vegetação florestal até 2030. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a recuperação da vegetação nativa é prioridade da política ambiental brasileira.
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, comemorou os resultados e declarou que os números confirmam a contribuição brasileira para redução dos gases efeito estufa no mundo. “O Brasil vem fazendo um papel importante. Isso deve servir de estímulo para fazer mais, ou seja, o que o Brasil fez é importante, mas o sentimento é de que precisamos fazer muito mais porque a situação é muito grave no mundo inteiro. A contribuição tem que ser de todos os países”, comentou.
O ministro participa hoje na COP 24 do chamado Diálogo de Talanoa, momento em que as nações apresentam diferentes experiências e iniciativas de descarbonização, entre outras reuniões e atividades multilaterais. Até o fim desta semana, a expectativa é que os 195 países que integram a convenção do clima finalizem um plano de ação para implementar o Acordo de Paris, firmado na conferência de 2015 com o objetivo de promover medidas para limitar o aquecimento global em até 2º C até o fim deste século.