Coluna

Bispo fala do exemplo de coragem de Madre Teresa de Calcutá

Em artigo, Dom Antônio Augusto resgata o exemplo da madre em assuntos de defesa da vida

Dom Antônio Augusto Dias Duarte

GENTE, VIVAM A CORAGEM!

Bispo fala do exemplo de coragem de Madre Teresa de Calcutá“Não esqueçamos o grande exemplo deixado pela Madre Teresa de Calcutá. Tenhamos a coragem de colocar sempre, em primeiro lugar, o ser humano e seus direitos fundamentais.” Essas palavras pronunciadas, há anos, pelo futuro santo Papa João Paulo II nos remetem à figura dessa pequena grande mulher, que revolucionou o mundo com a sua capacidade de amar as pessoas, sobretudo os mais miseráveis e marginalizados da sociedade.

Trazer à memória cada momento da vida de Madre Teresa de Calcutá, tendo passado tantos anos da sua partida para o encontro com Deus – 5 de setembro de 1997 –, tem hoje uma razão muito importante.

O seu exemplo de um amor corajoso, em defesa da pessoa humana e dos seus direitos mais fundamentais, como o direito à vida, à assistência religiosa, à moradia, à saúde, às condições mínimas de higiene, ao trabalho, à segurança, contrasta fortemente com o que acontece na atualidade no Brasil e no mundo.

Certamente, o direito à liberdade de expressão e ao respeito pela honra de cada pessoa são também valores fundamentais para o estabelecimento e a consolidação de um Estado Democrático de Direito. Madre Teresa de Calcutá valorizou e viveu esses direitos quando soube conviver, sendo tão fiel à Igreja Católica, com as outras religiões presentes na Índia e nos países onde ela trabalhou com suas filhas espirituais.

Entretanto, hoje se vê, em nome do direito à liberdade de expressão e à não discriminação do semelhante, verdadeiros atentados a outros direitos humanos fundamentais.

Logicamente, o povo e não apenas pequenos grupos sociais formados por não se sabe quem, deve ter transporte digno, segurança nas ruas, em suas casas etc. Exigir direitos, porém, não autoriza ninguém a infringir o direito básico de qualquer cidadão, como é o direito à vida, e agir de tal forma que acaba colocando em perigo a integridade física de pessoas inocentes, até matando-as, como dizem alguns, sem querer.

Muito menos agir sob a sombra do direito à liberdade de expressão artística, por exemplo, pode dar livre trânsito a programas de humorismo e às novelas, cujos produtores e escritores, de forma inescrupulosa, ridicularizam as crenças e os valores religiosos e familiares de tantas pessoas, que querendo ter um momento de descanso e lazer, assistindo à televisão ou acessando o YouTube, são desrespeitadas profundamente.

CORAGEM não faltou à Madre Teresa de Calcutá para, com suas palavras e exemplo de vida, colocar sempre, em primeiro lugar, o ser humano e seus direitos fundamentais.

Que nós, católicos, cristãos, homens e mulheres que abraçam com boa fé suas crenças religiosas, também sejamos CORAJOSOS para promover, valorizar e defender os nossos direitos sem necessidade de apelar para a violência física e moral.

Dom Antônio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro

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