Cura de indígena

Beato José Allamano: tribunal diocesano conclui inquérito de canonização

Tribunal em Roraima concluiu fase diocesana de inquérito sobre a cura do indígena Sorino pelo beato José Allamano

Da redação, com CNBB

beato José Allamano

Tribunal estudou a cura milagrosa do indígena Sorino, do povo Yanomami, atribuída à intercessão do Beato José Allamano/ Foto: Missionários da Consolata

A diocese de Roraima encerrou na última segunda-feira, 15, o Inquérito de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e das missionárias da Consolata, com a última sessão do Tribunal Diocesano para a Causa dos Santos.

Neste inquérito, que se concluiu após nove dias de trabalhos, o Tribunal estudou a cura milagrosa do indígena Sorino, do povo Yanomami, atribuída à intercessão do agora beato.

O vigário-geral da diocese de Roraima e delegado do bispo para o Inquérito, padre Lúcio Nicoletto, agradeceu à equipe que ao longo da semana trabalhou na recuperação dos documentos. O padre destacou a importância da recuperação do indígena Yanomami Sorino, após ser atacado gravemente por uma onça pintada, inexplicável aos olhos da ciência, algo que espera “possa produzir frutos de amor e de um testemunho de vida plena no amor”.

Missionários da Consolata

O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo da diocese de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva,  agradeceu aos missionários e missionárias da Consolata, de quem destacou a missionariedade, às testemunhas e a todos que têm participado no processo. Dom Mário lembrou de um pensamento do beato José Allamano: “a vida humana torna-se tanto mais intensa e significativa quanto mais for vivida com amor”. Para Dom Mário, o processo, realizado com o amor de Deus nos últimos dias, se conclui mas não finaliza. “Esse processo se amplia, abrindo nossos olhos e o nosso coração para a missão”.

Após os juramentos dos participantes do inquérito e dos diferentes procedimentos estipulados pelo Direito Canônico, as caixas com os documentos relativos ao processo de canonização foram lacradas e entregues à irmã Renata Conti para serem enviadas para a Congregação da Causa dos Santos da Santa Sé, no Vaticano.

No rito, foi lida, pelo bispo diocesano, uma mensagem enviada à diocese de Roraima pelo padre Stefano Camerlengo e pela irmã Simona Bambrilla, superiores gerais dos missionários e missionárias da Consolata. Na missiva, eles agradecem pelo empenho na realização do processo diocesano em vista da canonização do Bem-aventurado José Allamano. A carta afirma ainda: “a fama de santidade atribuída ao fundador, sempre foi motivo de alegria e esperança, o Allamano fez da santidade o seu refrão”.

Santidade e missão 

Os superiores destacaram: “o milagre que celebramos é um milagre missionário, que está muito em sintonia com o espírito do Allamano, para quem santidade e missão caminham juntos, são faces da mesma moeda”.

O texto enfatiza que “na missão, a santidade encontra uma casa, na missão, a santidade encontra o seu significado e propósito mais profundo”, destacando a importância que o reconhecimento do milagre pode ter na missão ad gentes. Segundo os superiores gerais, a missão é algo muito presente nos missionários e missionárias da Consolata. No documento, também pediram a intercessão do fundador por aqueles que sofrem a covid-19 e consolação para quem perdeu entes queridos e familiares nesta pandemia.

Com a relíquia chegada de Roma em mãos, entregue pela irmã Renata Conti para a diocese de Roraima, dom Mário Antônio agradeceu pelos mais de 70 anos de presença dos missionários e missionárias da Consolata na diocese. Segundo o bispo, José Allamano sempre caminhou nestas terras e continuará caminhando no testemunho das missionárias e os missionários da Consolata.

“Mais do que nunca, este tribunal reforça essa presença do carisma de abertura para a missão”, disse.

Igreja em Roraima

No encontro com a imprensa local, após o padre Raimundo Vanthuy Neto fazer uma breve memória da história da evangelização no Estado de Roraima, o bispo destacou que “o fruto deste inquérito diocesano não são apenas folhas e páginas escritas, tem muita vida, tem muita esperança, tem muita fé, tem doação, é opção pelo Reino de Deus”.

Dom Mário Antônio insistiu em que nas caixas que serão enviadas para o Vaticano “tem o coração da missão, e o que está aqui, também está no coração de Deus”.

Para o segundo vice-presidente da CNBB, o que está acontecendo com o processo de canonização do beato José Allamano, mostra a predileção de Deus pelos povos indígenas e pela Amazônia, fato que cobra maior valor dentro de “um contexto de muitos desafios e dificuldades para os povos indígenas, mas também para brasileiros e brasileiras mais pobres e necessitados”.

Para o bispo, “o milagre é uma ação de Deus pela dignidade e vida em abundância de seus filhos e filhas”.

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