Durante estes anos, hospital fluvial atendeu ribeirinhos em expedições na região da Calha Norte do Estado do Pará, no Rio Amazonas
Da redação, com informações da Associação e Fraternidade São Francisco
O Barco Hospital Papa Francisco completa, nesta quinta-feira, 17, quatro anos de atividades e mais de 380 mil atendimentos nas expedições na região da Calha Norte do Estado do Pará, no Rio Amazonas. Ele foi construído em Fortaleza, no Ceará, e tem o objetivo de oferecer acesso à saúde básica às pessoas que moram próximas aos rios.
A Associação e Fraternidade São Francisco de Assis, na Providencia de Deus – que idealizou e administra o projeto –, manifestou-se diante do aniversário de inauguração do hospital fluvial: “Um marco de grande significado (…), um sonho que se tornou realidade”.
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“Hoje, ao lançarmos um olhar retrospectivo sobre as conquistas obtidas, uma variedade de sentimentos nos envolvem, todos eles transbordando de gratidão. Não podemos deixar de expressar nossa sincera gratidão aos voluntários, cuja generosidade de tempo e esforço tem sido fundamental para assistir aos ribeirinhos. (…) Também desejamos estender nossos agradecimentos aos nossos colaboradores, doadores e ao Governo do Estado do Pará, cujo apoio generoso tem sido a base para a manutenção e expansão dos serviços que prestamos”, pontuou a associação.
Ideia
A ideia do barco hospital, com atendimento médico, surgiu a partir do incentivo do Papa Francisco, na Jornada Mundial da Juventude 2013, que no período visitou um hospital, no Rio de Janeiro, administrado pela Associação e Fraternidade São Francisco e questionou se a associação já havia implantado o projeto de assistência médica na Amazônia. A partir desse encontro, iniciou-se, com o Dom Frei Bernardo Bahlmann, juntamente aos demais religiosos da Fraternidade, a idealização do projeto com a missão de levar atendimento à população ribeirinha.
Idealizado pela Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, a embarcação possui 32 metros de comprimento e conta com profissionais da área da saúde. A capacidade é para até 30 tripulantes. Abriga salas para os seguintes serviços médicos: raio-x, mamógrafo, ecocardiograma, teste ergométrico, sala cirúrgica, laboratório de análises, farmácia, sala de vacinação, consultórios médicos, consultório oftalmológico e odontológico, e ainda, leitos de internação.
Inauguração
A cerimônia de inauguração do barco aconteceu em 2019, em Belém (PA), e foi conduzida pelo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, e pelo bispo diocesano de Óbidos, Dom Frei Bernardo Bahlmann. Além da bênção, houve a entronização da imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
Em agosto daquele mesmo ano, o Papa Francisco enviou uma mensagem manifestando “grande satisfação” pela inauguração da embarcação e sublinhou que o momento era de “alegria e ação de graças a Deus”. O Pontífice afirmou também que o barco hospital era um “belo gesto concreto” para a Amazônia. Ele é “uma resposta ao mandato do Senhor que continua a enviar os seus discípulos a anunciar o Reino de Deus e a curar os doentes”.
Neste sentido, o Santo Padre destacou que “se a Igreja era chamada a ser um ‘hospital de campo’, acolhendo a todos, com esta inciativa, ela se apresentava agora também como um ‘hospital sobre as águas’”. “E do mesmo modo como Jesus, ao aparecer caminhando sobre as águas, acalmou a tempestade e fortaleceu a fé dos discípulos, este barco levará tanto o conforto espiritual como a calmaria para as agitações dos homens e mulheres carentes, abandonados à própria sorte.
Funcionamento na pandemia
Com o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, o hospital fluvial precisou suspender as operações por causa dos bloqueios impostos nos portos. A medida de segurança era para o controle da proliferação do vírus ao interromper a movimentação de pessoas entre os municípios.
Em junho daquele mesmo ano, a embarcação de leva o nome do Papa Francisco voltou a desbravar as águas do Rio Amazonas e a chegar até as comunidades ribeirinhas do oeste do Pará. O financeiro do Pontífice ajudou o barco a voltar às expedições para entregar cestas básicas e kits de higiene às famílias isoladas por causa da pandemia. Os atendimentos aos mais necessitados foram reorganizados e passaram a priorizar as pessoas que apresentavam sintomas gripais e da Covid-19.