A primavera é tempo de flores e também de maior movimento das abelhas. Dados do Ministério da Saúde apontam que os casos de acidentes cresceram, com aumento de quase 80%, o que reforça a importância da prevenção.
Reportagem de Aline Campelo
Imagens de Sanny Alves, Ersomar Ribeiro, Getty Images e Arquivo
A orientação é clara. Para socorrer vítimas atacadas por abelhas, o corpo de bombeiros ou serviços médicos como o SAMU devem ser chamados e até o socorro chegar, atenção.
“Que a pessoa se afaste primeiramente do local com calma, segurança em silêncio. Procure um abrigo seguro, um carro, uma casa que feche as janelas, proteja o rosto, o pescoço, que são locais que a abelha escolhe com maior frequência para atacar. Não tente atacar a colmeia. Se recomenda é que faça a retirada do ferrão com uma lâmina ou um cartão de banco, sempre no sentido contrário. E que a pessoa nunca tente apertar o local onde ela foi atacada, porque pode fazer com que facilite a circulação do veneno na corrente sanguínea”, aconselhou do Corpo de Bombeiros (DF), o tenente Alexandre Maxuel.
Crianças, idosos, gestantes e os animais de estimação são os mais vulneráveis à picada. “No caso das crianças, por elas terem um corpo menor, uma estrutura muscular menor e um sistema imunológico ainda enfraquecido, ainda em desenvolvimento, favorece muito a que que ela seja vulnerável ao veneno das abelhas. Já os idosos que geralmente têm dificuldade de locomoção, apresentam problemas cardíacos, circulatórios e respiratórios”, ressaltou o tenente.
O Ministério da Saúde registrou 66 mortes somente este ano. O envenenamento por picada da espécie apis mellifera, conhecida como abelha africanizada, é considerado um problema de saúde pública, ainda negligenciado, de acordo com especialistas.
“Se instala em qualquer lugar e vão ficar dois, três, quatro dias, no máximo cinco dias e vão embora para outro lugar. Então esse é o momento que a gente tem que se preocupar muito, porque é o momento que elas estão mais estressadas e qualquer criança que mexam, cachorro que lata ou qualquer ser humano que mexam com ela, elas vão atacar”, alertou o apicultor presidente da Federação dos Meliponicultores(DF), Luiz Lustosa Vieira.
As abelhas vivem agrupadas em colmeias com milhares de indivíduos que migram para ambientes com abundância de flores em busca de alimentos ou em períodos de seca para fugir de queimadas.
A fase de reprodução potencializa o instinto de proteção e torna os insetos perigosos a qualquer ameaça. “Tem milhares de indivíduos, chega a ter 50 mil indivíduos uma colônia.
E então elas vão em grande quantidade para cima dessa pessoa, desse animal que ameaçou o ninho e vai uma picando em cima da outra. Todas têm ferrão e vai inoculando o máximo que dá para poder afugentar”, concluiu o professor do departamento de Zoologia da UnB, Antônio José Camilo Aguiar.




