Governo anunciou nesta segunda-feira o aumento de R$ 0,22 no preço da gasolina e R$ 0,15 para o Diesel a partir de 1º de fevereiro
Da redação, com Reuters
A decisão do governo de aumentar tributos sobre a gasolina deverá tornar o etanol mais atrativo para o consumidor, aumentando a demanda pelo biocombustível e levando a uma safra ainda mais alcooleira, em detrimento da produção de açúcar, no centro-sul do Brasil em 2015/16, disse nesta terça-feira, 20, a entidade que representa as usinas.
“O setor deve fazer um planejamento de safra ainda mais alcooleiro”, disse o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, em conferência com jornalistas.
Na temporada 2014/15, praticamente encerrada, 56,8% da cana processada foi usada para a produção de etanol. Na temporada anterior, o índice havia sido de 54,7%.
A estratégia tende a reduzir a oferta de açúcar do Brasil, maior produtor e exportador mundial da commodity, na safra do centro-sul 2015/16, que começa a ser colhida em abril.
O governo anunciou nesta segunda-feira que tributará a gasolina em 0,22 real e o diesel em 0,15 real por litro a partir de 1º de fevereiro via PIS/Cofins. A partir do início de maio, esses valores por litro serão divididos entre o PIS/Cofins e a Cide.
A Petrobras, por sua vez, já informou que o aumento de tributos será integralmente repassado aos clientes das refinarias.
As projeções do mercado são de que a gasolina nos postos de combustíveis pode ficar cerca de 7%.
O combustível mais caro abre espaço para reajuste semelhante para o etanol hidratado (usado diretamente no tanque dos veículos), uma vez que o biocombustível tem um limite informal de preço de até 70% do valor da gasolina, porque ele rende menos.
A Unica não fez estimativas sobre o provável aumento do preço do etanol nos postos e sobre o impacto para o caixa das usinas, dizendo que estes reajustes costumam ser diluídos ao longo da cadeia.