Bispos falaram sobre evangelização, novas diretrizes, serviço, cultura de paz e os próximos passos da presidência
Julia Beck
Da redação
A nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) atendeu pela primeira vez a imprensa nesta sexta-feira, 28. Estiveram presentes o novo presidente e arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler; o novo primeiro vice-presidente da CNBB e arcebispo de Goiânia (GO), Dom João Justino; o novo segundo vice-presidente e bispo da Diocese de Garanhuns (PE), Dom Paulo Jackson; e o novo secretário-geral e bispo de Rio Grande (RS), Dom Ricardo Hoepers.
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Após o encerramento da 60a Assembleia Geral (AG) da (CNBB), a nova presidência da CNBB comentou os desafios e expectativas para o próximo quadriênio. Dom Jaime iniciou sua fala enfatizando que cada AG é um Pentecostes, uma experiência de comunhão em que os bispos servem à Igreja no Brasil e seu povo. “Ela foi marcada por temas pertinentes e uma agenda complexa”, disse o arcebispo se referindo às eleições.
“Será um tempo de muito trabalho e uma complexidade que vai exigir de todos nós discernimento, bom senso e capacidade de colaborar para deixar as comunidades e a Igreja um pouco melhores para as próximas gerações”, frisou. O grande foco da nova presidência será promover a reconciliação nas famílias, comunidades e expressões do clero que hoje enfrentam um cenário de divisão. O arcebispo recordou então o tema da próxima Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e amizade social”, escolhida a partir da Encíclica Fratelli Tutti.
Evangelização e novas diretrizes para 2025
Dom João Justino destacou que o fim do evento marca também a transição da presidência da CNBB. “Os bispos confiaram a nós essa missão de presidir a conferência nos próximos anos”, sublinhou. O primeiro vice-presidente lembrou ainda que o principal grupo de serviço da Igreja é a AG, sendo assim, ela é um evento importante. Nestes próximos anos, o arcebispo de Goiânia defendeu também a comunhão e unidade, além de enfatizar a grande missão da Igreja: evangelizar.
Ao comentar sobre as novas diretrizes da CNBB – que deveriam ter sido tema de discussão desta assembleia – Dom Justino explicou que elas serão aprovadas apenas em 2025. A decisão de retardar a discussão e aprovação do documento, de acordo com ele, se deu em razão do Sínodo que a Igreja vive. “A ideia é incorporar novas perspectivas que serão trazidas neste Sínodo nas novas diretrizes, em 2025”.
Serviço e cultura de paz
A dimensão do serviço foi abordada pelo novo segundo vice-presidente da CNBB. Dom Paulo explicou que a conferência está a serviço dos irmãos bispos, das dioceses, arquidioceses e prelazias do Brasil. Ela visa sempre suscitar a colegialidade a partir do critério da sinodalidade e da comunhão, além de articular serviços.
“Caminhar juntos porque nascemos da comunhão trinitária”, indicou o bispo de Garanhuns. Dom Paulo retomou o desejo da CNBB de promover uma cultura do encontro em um processo de reconciliação e também de paz.
Próximos passos
Ao falar com os jornalistas, Dom Ricardo explicou o trabalho da secretaria geral da CNBB: “dinamizar e fazer acontecer”. O arcebispo de Rio Grande afirmou que sua nova missão exigirá uma maior presença em Brasília e um serviço também de integração das 12 Comissões Episcopais Pastorais da conferência com seus assessores, como também das presidências dos regionais e seus secretários.
O novo secretário-geral manifestou o desejo de dar continuidade ao que já vinha sendo feito administrativamente e pastoralmente pela última presidência. Ele também citou conceitos que vinham sendo trabalhados: Palavra, pão, caridade e missão. “Vamos focar no fortalecimento deles”.
Por fim, Dom Ricardo agradeceu aos meios de comunicação pela presença significativa na AG. Ele atualizou sobre os passos já dados pela nova presidência – que se reuniu pela primeira vez na quinta-feira, 27 – e falou sobre os próximos compromissos do grupo: a primeira e a segunda reunião do novo Conselho Episcopal Pastoral (Consep) que acontecem respectivamente em maio e junho.